Em defesa da Moral, da Família e dos Bons Costumes
- Comportamento
- 21/08/2023
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Chamou-me a atenção os vídeos cuidadosamente elaborados para a divulgação de material puritano e hipócrita em defesa da “moral e dos bons costumes” que enxameiam as redes sociais atualmente.
Assisti a um punhado deles. Até que resolvi me manifestar nas redes sociais, mais ou menos assim:
“Creio que existe um conservadorismo exagerado e hipócrita predominando na nossa sociedade. Os mesmos pais que assistiam, juntos com os filhos, nas tardes de domingo, “a banheira do Gugu” (1), onde homens e mulheres ficavam se tocando nas partes íntimas, estão agora “chocados” com uma peça de teatro que apresenta atores nus num museu (que eles terão que pagar para entrar e que eles nunca vão frequentar e levar os filhos).
“Todas essas situações extremas e inconvenientes que atualmente são filmadas (afinal, todos andam com filmadora no bolso) sempre existiram, apenas não eram registradas.
“O que me incomoda é ver tantas pessoas indignadas com essas ocorrências produzidas por pessoas da mesma sociedade doente e esquizofrênica que NÓS mesmos criamos e onde vivemos. Pessoas que foram praticamente “abduzidas” pelo conjunto musical “É o Chan” (1) e com a dança da garrafinha, durante quase dez anos, agora chocadas com cenas de mesma natureza. Pensam que enganam a quem?
“Uma sociedade pura, com valores morais que ainda não possuímos, é impossível por enquanto. E isso por uma razão muito simples: O mundo é reflexo do que é o homem. Somente transformando o homem, transformaremos o mundo.
“Cada um deveria olhar para o próprio umbigo e se esforçar para ser melhor.
“O mundo sempre foi assim: têm coisas aproveitáveis que me convêm, outras, não. Eu posso escolher.
E terminei: “Boas escolhas”.
Quase fui linchado… Mas deixei a reflexão. Amo todos eles.
Na questão 841 de O Livro dos Espíritos encontramos:
“Se alguma coisa se pode impor, é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o melhor meio de fazê-los admitidos seja obrar com violência. A convicção não se impõe.”
Observamos a violência com que tentam impor um tipo de pensamento às pessoas por meio de posts e vídeos que condenam ideias e comportamentos com os quais não concordam.
Vejamos a questão 842:
– Por que indícios se poderá reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a expressão única da verdade, a que tem o direito de se apresentar como tal?
“Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse o sinal por que reconhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de ser falsa e perniciosa.”
Creio que esse ensinamento possa ser estendido para essa onda de preconceito e moralismo hipócrita que temos visto nas redes sociais, como facebook e whatssap, que estimulam a divisão e a discórdia entre todos que pensam de forma diferente.
Ah!, isso vale também para política, religião, time de futebol, orientação sexual, cor de pele, nordestinos etc.
Fernando Rossit
(1) parte extraída de um post nas redes sociais contestando essa falsa “onda de (falsa) moralidade”.