Reencarnação – Mais Argumentos Científicos

Sidney Fernandes

O psiquiatra Alexander Moreira-Almeida, fundador do NUPES – Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde, da Universidade Federal de Juiz de Fora, dirige um grupo acadêmico que tem, como um de seus objetivos, investigar a possibilidade de a mente humana sobreviver ao perecimento do corpo físico. Faz abordagem científica de uma das questões mais centrais para as sociedades, desde os seus primórdios: se existe vida após a morte.

Moreira-Almeida apresentou o caso de Otto, um menino que, desde os dois anos, tinha comportamentos não condizentes com sua idade. Narra sua mãe, Erika Pissara, 34 anos, que ele costumava andar com as mãos para trás e dizia que gostaria de tomar uma cervejinha. Sua avó imediatamente reconheceu nesses hábitos o comportamento de seu pai, portanto bisavô do menino, que havia morrido muitos anos antes.

Quando Otto tinha três anos, ao observar o céu, perguntou se a avó se lembrava de quando o homem havia descido na lua pela primeira vez. Imediatamente, recuou na sua pergunta, alegando que, na época, ela era uma bebezinha. Realmente, ela havia nascido em 1969, ano em que a Apolo 11 desceu na superfície lunar.

Outro fato chamou a atenção da família e do pesquisador. Novamente ao lado da avó, Otto viu um avião e perguntou se ela se lembrava da vez em que ele a havia levado para passear, pilotando um teco-teco, com apenas os dois a bordo. Essa indagação a fez lembrar de que, realmente, seu pai tinha lhe proporcionado esse passeio, do qual não mais se recordava.

A junção desses depoimentos conduziu o psiquiatra Alexander, junto com a também psiquiatra Marianna Costa e o filósofo Humberto Schubert, a concluir que ali havia fortes indícios de que Otto seria a reencarnação de seu bisavô. O trio se agora se propõe, depois de décadas de pesquisas, a analisar, com perspectiva saudável, evidências que apontem para a continuidade da consciência humana, tema peremptoriamente rechaçado pelo meio científico, por puro preconceito, nas palavras de Moreira-Almeida. O caso de Otto, hoje com seis anos, encaixa-se no grupo de pessoas que afirmam ter memórias de vidas passadas, principalmente crianças, entre as idades de quatro e seis anos.