O mundo chora o destino triste do pequeno Aylan…
- Atualidades
- 13/08/2020
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Aylan Kurdi, o menino refugiado sírio de três anos cujo afogamento causou consternação ao redor do mundo, tinha escapado das atrocidades do grupo autointitulado “Estado Islâmico” na Síria. Ele e sua família eram de Kobane, a cidade que ganhou notoriedade por ter sido palco de violentas batalhas entre militantes extremistas muçulmanos e forças curdas no início do ano.
O pai do menino, Abdullah, fugira com a mulher, Rehan, e outro filho, Galip, para tentar chegar ao Canadá, onde vivem parentes da família. Isso mesmo depois autoridades do país norte-americano terem negado um pedido de asilo.
Da família, apenas Abdullah sobreviveu à tentativa de travessia de barco entre a Turquia e a Grécia, em que, além dos familiares, morreram pelo menos outras nove pessoas.
Várias fotos do corpo de Aylan na praia de Ali Hoca, em Bodrum, sendo observado e depois levado por um policial turco, ganharam manchetes no mundo inteiro e viraram símbolo do drama enfrentado por milhares de refugiados sírios, afegãos e iraquianos que buscam recomeçar suas vidas na Europa.
Aylan e a família estavam em um pequeno bote que carregava 17 pessoas no momento em que virou, nas proximidades do balneário turco de Bodrum. Um outro bote, carregando 16 pessoas, também teria virado. Mas foram as imagens do corpo do menino nas areias da praia que chocaram o mundo e viralizaram na internet.
Mas, de quem seria a culpa? Com certeza, de todos nós!
Sim, pois Aylan é mais uma vítima do egoísmo humano, da pretensão que cada um de nós temos de querer impor a “nossa verdade”.
Esse pequenino ser foi mais uma vítima no mundo da tão falada intolerância religiosa, do fundamentalismo cego, do fanatismo doentio de pessoas que se dizem escolhidas por “Deus”! O terror promovido pelo Estado Islâmico na Síria tem levado milhares de pessoas, muitas vezes pagando com a própria vida, a tentar escapar de mais essa loucura.
Vivemos um momento de intensa intolerância no mundo todo.
Em nome de “deus”, condenamos, discriminamos, rotulamos, exterminamos seres humanos, nossos irmãos – que deveríamos amar.
No Brasil, também temos ouvido muitas histórias e sabido de muitas vítimas dessa doença chamada intolerância religiosa. Perseguem e agridem homossexuais, invadem e destroem templos de outras religiões, insuflam o ódio e a violência contra tudo e contra todos que pensam ou manifestam sua fé de modo diferente! O mais incrível de tudo isso é que não percebem que estão sendo tão cruéis quanto os outros, esses mesmos responsáveis pelo trágico destino de Aylan…
Vejamos a questão 671 de O Livro dos Espíritos:
q.671 – Que devemos pensar das chamadas guerras santas? O sentimento que impele os povos fanáticos, tendo em vista agradar a Deus, a exterminarem o mais possível os que não partilham de suas crenças, poderá equiparar-se, quanto à origem, ao sentimento que os excitava outrora a sacrificarem seus semelhantes?
Resposta: “São impelidos pelos maus Espíritos e, fazendo a guerra aos seus semelhantes, contravêm à vontade de Deus, que manda ame cada um o seu irmão, como a si mesmo. Todas as religiões, ou, antes, todos os povos adoram um mesmo Deus, qualquer que seja o nome que lhe dêem. Por que então há de um fazer guerra a outro, sob o fundamento de ser a religião deste diferente da sua, ou por não ter ainda atingido o grau de progresso da dos povos cultos? Se são desculpáveis os povos de não crerem na palavra daquele que o Espírito de Deus animava e que Deus enviou, sobretudo os que não o viram e não lhe testemunharam os atos, como pretenderdes que creiam nessa palavra de paz, quando lhes ides levá-la de espada em punho? Eles têm que ser esclarecidos e devemos esforçar-nos por fazê-los conhecer a doutrina do Salvador, mediante a persuasão e com brandura, nunca a ferro e fogo. Em vossa maioria, não acreditais nas comunicações que temos com certos mortais; como quereríeis que estranhos acreditassem na vossa palavra, quando desmentis com os atos a doutrina que pregais?”