A Cor da Vida

Sidney Fernandes

É preciso ver a vida com olhos limpos!

Destacar os progressos, enaltecer a empatia, a solidariedade, a generosidade, a paciência, a compreensão, a gentileza, a persistência, o perdão, a gratidão, o otimismo, o altruísmo, e torná-los propósitos de vida, não representa apenas o cultivo de valores espirituais, mas também significa cuidar do corpo e aumentar a sobrevida.

O Doutor Álvaro Avezum é cardiologista do Hospital Oswaldo Cruz de São Paulo. Em entrevista concedida ao também médico cardiologista Dr. Roberto Kalil, diretor clínico do INCOR, deu o seguinte depoimento:

Nós médicos precisamos desmistificar esse assunto como sendo de religião e sim da ciência. A ciência precisa pesquisar a espiritualidade no processo de adoecimento e no processo de evitar o adoecimento.

— Espiritualidade envolve nossa maneira de reagir a situações desfavoráveis ou adversas da vida. E aí há indivíduos que perdoam, outros não. Há indivíduos que têm compaixão, outros não. Há indivíduos gratos, outros não. O que isso tem a ver com a ciência? É passível de ser avaliado, na ciência, por meio de questionários, disposição ao perdão, gratidão, otimismo, altruísmo e propósitos de vida. Isso tem implicação no aumento de sobrevida.

Qual é o propósito de nossa vida?

Não estamos falando de religião e sim de considerar o melhor dos relacionamentos, das pessoas e de suas atitudes, principalmente com comportamentos adequados, que a visão limpa de preconceito e de maldade proporciona.

Se ainda estamos distantes do mundo ideal, nada impede que, individualmente, possamos iniciar um planeta melhor, a partir de nosso comportamento pessoal. O planeta Terra pode ainda estar em provas e expiações, mas cada um de nós pode criar o seu próprio mundo, combatendo a maldade, o pessimismo, a falta de empatia e de solidariedade.

Espiritualizar-se é reconhecer a verdadeira cor da vida.