A Educação é a Arma mais Poderosa que Você pode usar para Mudar o Mundo

O armamento da população volta a ser tema de debates intensos no Brasil. Tendo por cenário um país onde os índices de criminalidade atingem níveis escandalosos, decidiu o Poder Executivo, em um dos primeiros atos presidenciais deste novo mandato, flexibilizar anteriores regras que limitavam a posse de armas pelos cidadãos brasileiros, permitindo-lhes manter armas de fogo em casa, obedecidos alguns requisitos.

O crime, quando atinge avanços tão significativos na sociedade, termina por produzir uma série de resultados altamente danosos ao tecido social. Uma dessas consequências é a de introduzir no psiquismo de cada cidadão a distorcida convicção de estar investido da obrigação de combater a violência, por suas próprias mãos. A incapacidade estatal de coibir o crime ou de reduzi-lo a índices aceitáveis reforça no indivíduo esse ardor por sua defesa, de sua família, de seu patrimônio, da ordem privada e pública. A criminalidade generalizada, como está ocorrendo no Brasil, termina por enfermar a sociedade, retro alimentando a violência e pondo em pânico uma sociedade inteira.

Facilitar a posse e o uso de armas de fogo nessas circunstâncias, a experiência tem confirmado, ao invés de reduzir a criminalidade, acaba por agravá-la. Do Estado, em crises históricas como a que estamos a atravessar, é de se exigir, sim, iniciativas no sentido de promover a justiça, na sua mais ampla abrangência, em prol da estabilidade e da sanidade das relações sociais. A presença do Estado, no exercício de sua soberania, inclusive, há de se expressar, forte e decisivamente, por meio do correto uso do direito de punir.

Como assinala a questão 796 de O Livro dos Espíritos, “uma sociedade depravada certamente precisa de leis severas”.

Quanto mais intensa for a presença estatal, observados os estritos limites da lei, nesse campo punitivo, mais confiança o Poder Público transmitirá ao cidadão que, naturalmente, se irá despindo do atávico sentimento do exercício da justiça privada, justamente por se sentir protegido.

É uma questão inerente e consequente do progresso civilizatório da humanidade.

Mas, o exercício da justiça estatal não se circunscreve ao direito de punir. Exige do governante ações fundamentais no campo da justiça social e do respeito aos direitos fundamentais do ser humano.

Dentre estes, sobressai o direito à educação, como o mais importante na formação de homens de bem: “Só a educação poderá reformar os homens, que, então, não precisarão de leis tão rigorosas”, orienta a mesma questão do L.E., antes citada.

O espiritismo, como doutrina progressista e humanista, vê na justiça e na educação as bases mais sólidas para a construção de uma humanidade feliz.

No mundo sonhado pela filosofia espírita, a mais eficiente arma contra as injustiças é justamente a educação. As armas propriamente ditas, destrutivas e letais, hão de estar proscritas, porque inúteis, no mundo que buscamos construir.

Utopia? Com certeza não, para quem crê no potencial do Espírito Humano.

Fonte: CEPA – CENTRO CULTURAL ESPÍRITA DE PORTO ALEGRE