A Felicidade Não Se Compra
- Colunas
- 22/10/2022
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Sidney Fernandes
Parte 1
O filme A felicidade não se compra, dirigido por Frank Capra em 1946, narra a história de George Bailey, protagonizada por James Stewart. O personagem era um homem bom e honesto, que durante toda a sua vida ajudou muitas pessoas, renunciando a realizar seus sonhos. Ele estava em apuros, porque a empresa que dirigia perdera grande quantia de dinheiro, indevidamente apropriado por empresário inescrupuloso, por culpa do seu Tio Billy. Resolveu se matar, para que seu seguro de vida cobrisse o rombo financeiro provocado pelo tio.
Ocorre que as orações das pessoas auxiliadas por George chegaram à espiritualidade, que, imediatamente, mandou o espírito Clarence para demovê-lo da ideia do suicídio. Clarence iria tentar convencê-lo de que a vida era mais importante do que a sua morte e da importância que havia tido na vida das pessoas. Como seu protegido estava prestes a se atirar num rio, o anjo protetor materializou-se, atirou-se nas águas e começou a gritar por socorro. E seu plano deu certo. Imediatamente, como era do seu feitio, George esqueceu completamente de si mesmo, tirou o paletó e atirou-se para salvá-lo. E a partir daí começou a missão de Clarence.
— Seria muito melhor que eu não tivesse nascido — disse, desolado, George.
A partir dessa frase de George, Clarence teve a brilhante ideia, sem querer sugerida pelo próprio protagonista, de criar exatamente uma hipotética situação: George Bailey nunca teria nascido e jamais existira.
O que acontece com um homem bom e caridoso, que entende — erroneamente — que sua morte irá beneficiar outras pessoas? Qual será o entendimento da espiritualidade diante dessa dúbia conduta? De um lado, a generosidade de um homem benigno; do outro, a transgressão de uma norma divina, a de preservação da vida. Como ficamos?
Continua na segunda parte