A força dos Exemplos
- Colunas
- 26/11/2022
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Sidney Fernandes
Narra Hilário Silva, no livro Almas em desfile, a expressiva história de José do Espírito Santo, que aqui trazemos de forma resumida. José, modesto espírita de Nilópolis-RJ, falava à porta de centro espírita a grupo de amigos, exaltando a caridade. Naquele instante, passaram dois estudantes, que criticaram os espíritas, insinuando que falam mais do que fazem.
Logo em seguida encontraram pobre pedinte, a tiritar de frio. Um dos jovens deu-lhe algumas moedas. Notaram que o orador vinha pela mesma rua.
Um deles disse:
— Lá vem o tal. Aposto que nada dará a esse homem.
— Sim, vamos ver, escondamo-nos.
O pedinte rogou auxílio a José, que exclamou:
— Infelizmente, meu amigo, estou sem um níquel…
Os dois jovens entreolharam-se e um falou:
— Não lhe disse?
De repente, José, num gesto espontâneo, tirou o paletó, arrancou a camisa felpuda e vestiu-a no pobre coitado. Depois de rapidamente cobrir-se com o paletó, disse, com simplicidade:
— Meu amigo, é só isso que tenho hoje. Volte aqui mesmo amanhã.
No outro dia, os dois estudantes estavam no templo espírita ouvindo a pregação.
*
Perguntaram, certa feita, ao escritor, conferencista e grande cirurgião carioca Paulo César Fructuoso, por que motivo ele ainda curava as pessoas, se as dores e as doenças fazem bem para o espírito.
— Porque a minha obrigação, como médico, é salvar vidas ou minimizar dores. Além disso, como vou saber se já não chegou o momento da libertação do meu paciente ou se Deus não resolveu lhe conceder uma moratória? Por isso, sempre farei o melhor possível para curar e auxiliar os doentes que me procuram.
*
Os exemplos arrastam sempre. Todos os esforços, do corpo e do espírito, sempre serão válidos para minimizar os sofrimentos humanos, em busca de um planeta mais solidário, a caminho de sua transformação, na imensa tarefa de consolo que permeia a obra divina.