A Morte da cantora e compositora Marília Mendonça

No dia 5 de novembro de 2021, Marília Mendonça embarcou em um táxi aéreo, em Goiânia, junto de seu produtor Henrique Ribeiro e de seu tio e também assessor Abicieli Silveira Dias Filho, com destino a Caratinga, no interior de Minas Gerais, onde faria uma apresentação. O avião que transportava a cantora, um bimotor Beech Aircraft fabricado em 1984 que segundo a ANAC estava em situação regular e possuía autorização para realizar serviço de táxi aéreo, caiu em Piedade de Caratinga após atingir um cabo de uma torre de distribuição de energia da empresa Cemig, a poucos quilômetros do aeroporto em que faria o pouso. Por volta das 16h30, a assessora da artista emitiu um comunicado à imprensa, informando que todos os ocupantes do avião já teriam sido resgatados e estavam bem, o que foi em seguida desmentido pelos bombeiros. Cerca de uma hora depois, a morte de Mendonça e dos demais tripulantes, incluindo o piloto e o copiloto da aeronave, foi confirmada em nota oficial. (https://pt.wikipedia.org)

Quando alguém, no auge das realizações humanas e do sucesso, morre inesperadamente, causa em todos nós um sentimento de vazio, de tristeza, piedade, mesclados, muitas vezes, de dúvidas a respeito do sentido da vida – sobretudo para aqueles que ainda não compreenderam que “a vida não oferece garantias. Apenas chances e possibilidades”.

A morte escancara sua face de modo a fazer-nos refletir sobre a fragilidade da vida, sua finalidade, seus porquês.

Vivemos um período de mediocridade nas artes, na política, as relações sociais estão contaminadas pelo ódio e rancor, e quando “perdemos” alguém de valor para nós, às vezes nos sentimos desolados.

Afinal, quando a Terra será habitada por pessoas voltadas ao bem dos outros?

Por que tantos homens e mulheres de valor para a sociedade nos deixam “órfãos” e partem mais cedo?

Por um instante, pouco duradouro, saímos de nós mesmos para tentar enxergar um significado para tudo isso.

Sim, a menina de 26 anos desencarnou. Voltou para sua casa, para a pátria espiritual. Voltou porque a vida na terra é prisão e a prisioneira já estava apta para retornar ao berço da vida espiritual, a única imperecível e verdadeira.

É comum os bons morrerem antes, afinal a Terra é hospital de almas. É também presídio educador. Uma vez paga a pena, liberta-se o prisioneiro.

Voltou para cantar louvores à verdadeira vida. Voltou porque reencarnou com o bilhete de retorno de viagem já emitido. Chegou o seu momento, como chegará o de todos nós.

Segundo os Espíritos, a arte existe entre nós como benção divina a minorar nossa dor.

Que o essencial permaneça.

Que a nossa irmã receba nossas preces, nosso carinho, nosso reconhecimento e gratidão pela breve passagem pela Terra nessa existência.

Obrigado, Marília Mendonça.

 

Fernando Rossit