Com muito Pouco
- Colunas
- 10/08/2019
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Permitam-me, caros amigos leitores, dividir uma experiência pessoal.
Certa feita, em um começo de noite, aproveitando nosso deslocamento para as atividades do Centro Espírita em que militamos, nos dirigimos a um Hospital para visitarmos nossa genitora, que se encontrava internada para tratamento de infecção pulmonar.
O quarto hospitalar possuía acomodação para dois convalescentes, e dividia-o com nossa genitora uma senhora proveniente de uma pequena cidade próxima, o que dificultava o recebimento de visitas, deixando-a numa certa solidão afetiva.
Conversa vai, conversa vem, aquela senhora estava há alguns dias internada em situação indefinida quanto à eficácia do seu tratamento, e apresentava, na somatória geral, tristeza e apreensão diante da condição reinante.
Nossa genitora já havia antecipado à sua companheira de quarto sua fé religiosa, e assim que adentramos o aposento nos apresentou como filho trabalhador e divulgador espírita, e a partir daí tivemos a oportunidade de interagir com ela sendo muito bem acolhidos na questão religiosa.
Ao iniciarmos as despedidas para seguirmos rumo às atividades espíritas nos lembramos que portávamos, em nossa agenda manual, algumas mensagens espíritas, dessas que são distribuídas na entrada dos Centros Espíritas.
Escolhemos uma, a de maior proporção física, que trazia, como marca d’água, uma belíssima figura de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a colocamos nas mãos daquela senhora pedindo a ela que meditasse na mensagem consoladora e incentivadora, e que tentasse elevar o nível de sua confiança na Providência Divina através da prece.
Despedimo-nos e saímos.
Qual não foi nossa surpresa, no dia seguinte, quando retornamos para ver nossa genitora, ao vermos que aquela senhora triste, acabrunhada, tivera alta logo pela manhã, em função do seu médico encontrá-la, quando de sua visita diária, animada e revigorada, prontamente restabelecida.
Nossa genitora informou que ela, quando saímos, ficou a admirar a figura meiga do Senhor Jesus enquanto lia a mensagem. Logo transformando-se em uma nova pessoa. Mudou o semblante e o comportamento, assumindo uma postura de confiança e alegria de viver, que foi suficiente para seu médico liberá-la para retornar ao lar.
Ficamos a pensar em como é possível alterarmos a vida das pessoas para melhor, e com muito pouco.
Pouco esforço, poucas palavras, pouco recurso material, pouco tempo desprendido.
É bem verdade que o inverso também pode ocorrer. Com muito pouco podemos tirar o chão das pessoas. Desanimá-las. Colocá-las para baixo.
Ficou a lição.
Tomara consigamos promover sempre o bem nas pessoas com as quais interagirmos, não nos esquecendo que em determinadas situações não é necessário nem mesmo o contato. Bastará o exemplo comportamental.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro