A Dor da Perda de um Ente Querido
- Colunas
- 19/10/2022
- 17 min
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Recebo inúmeros e-mail pedindo orientações a respeito de desencarnações de entes queridos.
Perguntam-me:
-Como superar a dor?
-A desencarnação do meu irmão estava programada pela espiritualidade?
-Haveria possibilidade de me comunicar com meu marido?
-O acidente que vitimou meu filho, levando-o à desencarnação, estava programado para acontecer?
São questionamentos muito comuns…
A morte é um fenômeno natural e inevitável. Todos nós um dia retornaremos ao Mundo Espiritual – nossa verdadeira morada.
Mas se a morte é inexorável, a dor também. Sempre sofremos com a perda de pessoas que amamos. Uns mais, outros menos, mas a verdade é que o sofrimento pela perda – o chamado luto – muitas vezes faz-nos perder o chão.
E continuam:
-O que será da minha vida sem meu marido com o qual convivi dezenas de anos? (uma das principais causas de suicídio!)
-Como continuar vivendo com essa dor que aperta meu peito, enchendo-me de angústia, como se tivesse uma faca rasgando meu peito?
1 – Considerações Doutrinárias face às perguntas dos frequentadores do site:
Com exceção do suicídio (direto e indireto) as desencarnações são programadas espiritualmente, mas o fato de estarem previstas não quer dizer que ocorrerão com dia e hora marcados ou que será dessa ou daquela forma, necessariamente. Existem muitas variáveis a considerar como já escrevemos a respeito em textos aqui publicados (pesquisar no site: “Existe morte por acidente?” e “Era hora marcada para morrer?”).
A vida espiritual é a vida verdadeira. Somos espíritos reencarnados nessa extraordinária escola chamada Terra com objetivo de corrigir nossos erros e acelerar nosso aprendizado e progresso.
Para o Mundo Espiritual sempre voltaremos por meio da morte que ceifa nossa vida orgânica mas nunca destrói nossa individualidade, nosso Espírito. Somos imortais e a vida espiritual é apenas a continuidade daquilo que fazemos da nossa vida aqui na Terra.
O meio mais comum de entrarmos em contato com os entes queridos que nos antecederam é através dos sonhos. Quando dormimos, podemos nos afastar parcialmente do corpo e nos comunicarmos com os espíritos desencarnados. O encontro deve ser natural, não provocado pela nossa vontade desequilibrada.
Se estivermos desesperados e emocionalmente mal, o encontro poderá ser desastroso para o nosso ente querido exatamente num momento que mais precisa da nossa compreensão e ajuda.
A dor da separação dói dos dois lados….
Nosso descontrole mais prejudica o desencarnado, considerando que nossos sentimentos os afligem de maneira direta.
O espírito desencarnado é sensível à lembrança e aos lamentos daqueles que amou, portanto a nossa tristeza pode lhes afetar e causar sofrimento.
Se desejamos ajudá-los, procuremos aceitar a ausência temporária dos nossos entes queridos e oremos, endereçando nosso pensamento a Jesus, rogando pela paz e felicidade deles.
Com relação à mensagem escrita dos que amamos (psicografia) lembremo-nos dos dizeres do querido médium Chico Xavier: “o telefone toca de lá para cá”. Por isso, procuremos não precipitar a comunicação pois ela depende de outros fatores, tais como preparação dos personagens dos dois lados da vida e principalmente do espírito comunicante – sem contar do “telefone”, que seria o médium, intermediário entre os dois mundos, dentre outros.
2 – Do ponto de vista psicológico e sentimental, procure seguir as seguintes regras:
2.1- Compartilhe seus sentimentos:
Nos primeiros meses, muitas pessoas acabam tendo essa necessidade. Então, deixe que esses sentimentos sejam extravasados. Desabafar sobre o que está sentindo com um amigo ou outro ouvinte pode ajudar a aliviar a sensação de perda.
2.2- Saiba quando evitar falar sobre sua perda:
Entretanto, é necessário saber quando evitar falar sobre o assunto. É importante que você diga isso claramente às pessoas mais próximas e só toque no assunto quando se sentir confortável.
2.3- Evite se isolar:
Em alguns momentos, ficar sozinho pode parecer uma boa opção, mas é importante estar na companhia de amigos e familiares. Para recuperar a alegria, é extremamente necessário receber amor e conforto de pessoas que querem o melhor para você.
2.4- Reorganize sua vida sem pressa:
Não tenha pressa para se adaptar a vida onde o ente querido não está mais presente. Seja paciente consigo mesmo. Nos primeiros dias diminua a jornada de trabalho e as demais atividades e vá retomando a vida conforme for se sentindo preparado para isso.
2.5- Não se sinta culpado por ficar triste:
É importante saber que, mesmo após já ter passado algum tempo e ter estabilizado um pouco mais a vida, você vai se sentir mais triste e solitário em certos dias. Não se sinta culpado. Não existe um tempo exato para superar a perda e isso faz parte do processo.
Com o tempo, você irá retomar o caminho da felicidade e não se sinta culpado quando esse momento chegar. A pessoa querida nunca será substituída ou esquecida, mas o tempo irá se encarregar de transformar essa dor, que parece tão lancinante nos primeiros dias, em uma saudade dos bons momentos vividos ao seu lado.
2.6- Ajuda profissional às vezes é necessária:
Muitas vezes o sofrimento é tão intenso que pode levar a problemas emocionais graves e prolongados. Nesses casos, procurar ajuda de um terapeuta pode ser uma boa solução. As pessoas que procuram por esses profissionais para compartilhar seus sentimentos conseguem compreensão e ajuda para superar um momento traumático.
Apesar desses passos serem um caminho natural para amenizar a dor da perda, não existe um roteiro preestabelecido para superação.
As pessoas e os acontecimentos são únicos. Por isso, apenas você pode definir o tempo e como isso vai ocorrer. Tenha calma e aceite seu ritmo.
Fernando Rossit
Bibliografia de apoio:
www.passatempoespirita.com.br