A Dor da Perda de um Ente Querido

Recebo inúmeros e-mail pedindo orientações a respeito de desencarnações de entes queridos.

Perguntam-me:

-Como superar a dor?

-A desencarnação do meu irmão estava programada pela espiritualidade?

-Haveria possibilidade de me comunicar com meu marido?

-O acidente que vitimou meu filho, levando-o à desencarnação, estava programado para acontecer?

São questionamentos muito comuns…

A morte é um fenômeno natural e inevitável. Todos nós um dia retornaremos ao Mundo Espiritual – nossa verdadeira morada.

Mas se a morte é inexorável, a dor também.  Sempre sofremos com a perda de pessoas que amamos. Uns mais, outros menos, mas a verdade é que o sofrimento pela perda – o chamado luto – muitas vezes faz-nos perder o chão.

E continuam:

-O que será da minha vida sem meu marido com o qual convivi dezenas de anos? (uma das principais causas de suicídio!)

-Como continuar vivendo com essa dor que aperta meu peito, enchendo-me de angústia, como se tivesse uma faca rasgando meu peito?

1 – Considerações Doutrinárias face às perguntas dos frequentadores do site:

Com exceção do suicídio (direto e indireto) as desencarnações são programadas espiritualmente, mas o fato de estarem previstas não quer dizer que ocorrerão com dia e hora marcados ou que será dessa ou daquela forma,  necessariamente. Existem muitas variáveis a considerar como já escrevemos a respeito em textos aqui publicados (pesquisar no site: “Existe morte por acidente?” e “Era hora marcada para morrer?”).

A vida espiritual é a vida verdadeira. Somos espíritos reencarnados nessa extraordinária escola chamada Terra com objetivo de corrigir nossos erros e acelerar nosso aprendizado e progresso.

Para o Mundo Espiritual sempre voltaremos por meio da morte que ceifa nossa vida orgânica mas nunca destrói nossa individualidade, nosso Espírito. Somos imortais e a vida espiritual é apenas a continuidade daquilo que fazemos da nossa vida aqui na Terra.

O meio mais comum de entrarmos em contato com os entes queridos que nos antecederam é através dos sonhos. Quando dormimos, podemos nos afastar parcialmente do corpo e nos comunicarmos com os espíritos desencarnados. O encontro deve ser natural, não provocado pela nossa vontade desequilibrada.

Se estivermos desesperados e emocionalmente mal, o encontro poderá ser desastroso para o nosso ente querido exatamente num momento que mais precisa da nossa compreensão e ajuda.

A dor da separação dói dos dois lados….

Nosso descontrole mais prejudica o desencarnado, considerando que nossos sentimentos os afligem de maneira direta.

O espírito desencarnado é sensível à lembrança e aos lamentos daqueles que amou, portanto a nossa tristeza pode lhes afetar e causar sofrimento.

Se desejamos ajudá-los, procuremos aceitar a ausência temporária dos nossos entes queridos e oremos, endereçando nosso pensamento a Jesus, rogando pela paz e felicidade deles.

Com relação à mensagem escrita dos que amamos (psicografia) lembremo-nos dos dizeres do querido médium Chico Xavier: “o telefone toca de lá para cá”. Por isso, procuremos não precipitar a comunicação pois ela depende de outros fatores, tais como preparação dos personagens dos dois lados da vida e principalmente do espírito comunicante – sem contar do “telefone”, que seria o médium, intermediário entre os dois mundos, dentre outros.

2 – Do ponto de vista psicológico e sentimental, procure seguir as seguintes regras:

2.1- Compartilhe seus sentimentos:

Nos primeiros meses, muitas pessoas acabam tendo essa necessidade. Então, deixe que esses sentimentos sejam extravasados. Desabafar sobre o que está sentindo com um amigo ou outro ouvinte pode ajudar a aliviar a sensação de perda.

2.2- Saiba quando evitar falar sobre sua perda:

Entretanto, é necessário saber quando evitar falar sobre o assunto. É importante que você diga isso claramente às pessoas mais próximas e só toque no assunto quando se sentir confortável.

2.3- Evite se isolar:

Em alguns momentos, ficar sozinho pode parecer uma boa opção, mas é importante estar na companhia de amigos e familiares. Para recuperar a alegria, é extremamente necessário receber amor e conforto de pessoas que querem o melhor para você.

2.4- Reorganize sua vida sem pressa:

Não tenha pressa para se adaptar a vida onde o ente querido não está mais presente. Seja paciente consigo mesmo. Nos primeiros dias diminua a jornada de trabalho e as demais atividades e vá retomando a vida conforme for se sentindo preparado para isso.

2.5- Não se sinta culpado por ficar triste:

É importante saber que, mesmo após já ter passado algum tempo e ter estabilizado um pouco mais a vida, você vai se sentir mais triste e solitário em certos dias. Não se sinta culpado. Não existe um tempo exato para superar a perda e isso faz parte do processo.

Com o tempo, você irá retomar o caminho da felicidade e não se sinta culpado quando esse momento chegar. A pessoa querida nunca será substituída ou esquecida, mas o tempo irá se encarregar de transformar essa dor, que parece tão lancinante nos primeiros dias, em uma saudade dos bons momentos vividos ao seu lado.

2.6- Ajuda profissional às vezes é necessária:

Muitas vezes o sofrimento é tão intenso que pode levar a problemas emocionais graves e prolongados. Nesses casos, procurar ajuda de um terapeuta pode ser uma boa solução. As pessoas que procuram por esses profissionais para compartilhar seus sentimentos conseguem compreensão e ajuda para superar um momento traumático.

Apesar desses passos serem um caminho natural para amenizar a dor da perda, não existe um roteiro preestabelecido para superação.

As pessoas e os acontecimentos são únicos. Por isso, apenas você pode definir o tempo e como isso vai ocorrer. Tenha calma e aceite seu ritmo.

Fernando Rossit

Bibliografia de apoio:

www.cerejeiras.com.br/

www.passatempoespirita.com.br