Matemática Divina

Sidney Fernandes

PARTE 2

Matrizes do sofrimento humano

— Se os médicos são malsucedidos, tratando da maior parte das moléstias, é que tratam do corpo, sem também tratarem do espírito. Ora, não se achando o todo em bom estado, impossível é que uma parte dele passe bem.

Essas palavras foram pronunciadas por Sócrates, sábio grego, e registradas por Platão, cerca de quinhentos antes dos ensinamentos do Cristo. Quase da mesma forma, pronunciou-se o médico e filósofo grego Hipócrates:

— Se alguém te procurar em busca de saúde, pergunta-lhe
primeiro se está disposto a evitar as causas da doença; em caso
contrário, abstém-te de o ajudar.

Em algum momento, entre 385-370 a.C., no livro Fedro, Platão faz Sócrates enunciar, na metáfora da carroça, da parelha e do cocheiro, que o ser humano tem um corpo intermediário entre a alma e a organização física.

Assim como os filósofos gregos, pensadores de muitas culturas antigas, como os taoístas e indianos, teósofos e mesmo Paulo de Tarso, aceitavam a existência de um corpo intermediário invisível, cada qual com sua denominação.

Mais recentemente, por volta de 1944, russos admitiram a existência de um quarto estado da matéria nos seres vivos. Em 1968, descobriram que todas as coisas vivas possuem não só um corpo físico, constituído de átomos e moléculas, mas também um corpo energético equivalente, a que dão o nome de Corpo do Plasma Biológico. O cientista brasileiro Hernani Guimarães Andrade o denominou de MOB – Modelo Organizador Biológico, por sua capacidade de orientar e manter a estruturação da forma do ser vivo.

As conclusões de cientistas, de ontem e de hoje, são perfeitamente concordes, em termos quase idênticos, com o pensamento de Allan Kardec, codificador do Espiritismo, exposto em 1857, de que o ser encarnado é composto do espírito, do perispírito e de um corpo físico.

Como vemos, não apenas os sábios da Antiguidade admitiam que a estrutura e a ordem dos corpos físicos originam-se de um corpo invisível. Sua existência está sendo aceita e comprovada por inúmeros cientistas, que reconhecem a existência de um corpo imperceptível, entre a alma e o corpo, que assimila e registra todos as atitudes do homem, sejam elas positivas ou negativas, que afetam e passam a afetar o seu equilíbrio físico, psíquico e emocional.

O Espiritismo veio esclarecer meticulosamente todos esses estudos, ordenando-os, mostrando que a vestimenta do espírito, o perispírito, funciona como uma espécie de esponja, em que se acumulam boas ou más ações do homem.

Essas, as más ações, que poderíamos denominar, metaforicamente, de pontos escuros da alma, serão as responsáveis pelo surgimento de deficiências e doenças.

CONTINUA NA PARTE 3