Matemática Divina
- Colunas
- 24/05/2023
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MATEMÁTICA DIVINA
Sidney Fernandes
PARTE 9
A história de Adelino
A contabilidade divina é infalível. Nela são registrados todos os acertos e desacertos, por menores que sejam.
Esta é a história de Adelino Correia, que foi relatada por André Luiz em seu livro Ação e Reação.
Adelino está em difícil situação física e duras condições de sobrevivência. Sua pele traz longa faixa de eczema, que lhe acarreta crônico sofrimento. Acanhado e tristonho, tem a marca da humildade. Na trajetória atual, fez amigos espirituais que, incessantemente, o protegem e intercedem por ele.
— Venho rogar socorro em benefício da saúde de Adelino. Ultimamente a dor das feridas não cicatrizadas estão incomodando-o mais fortemente — rogou doce velhinha.
— Dois de nossos médicos o vêm assistindo atenciosamente — respondeu o protetor espiritual. Esteja tranquila. Correia, em breve, estará plenamente restaurado.
Na atual vida física, a mãe cuida de Adelino e de seus três filhos, pois a esposa o abandonou.
***
Qual a razão de tanto sofrimento?
Na vida passada, Adelino enamorou-se de sua madrasta, não obstante todo o carinho que o pai lhe devotava. Impelido pela paixão, queimou seu pai no leito, com a cumplicidade de dois capatazes e da madrasta. Felizes para sempre? Negativo!
Do outro lado da vida, seu pai passou a persegui-lo durante cinco anos seguidos. Vencido pelo remorso e pelo domínio paterno — cuja morte recapitulava incessantemente —, Adelino contraiu grave doença dermatológica, que o queimava sob chamas ocultas e o levou à morte, com a pele em chagas. Quando morreu, esperava-o o pai para o acerto de contas.
Mais de uma década mais tarde, depois de passar por organização espiritual, Adelino disciplinou-se, renovou-se e renasceu inclinado à fé religiosa.
A filha é a antiga madrasta. Os filhos adotivos são os comparsas do passado. A enfermidade deveria cobrir todo o corpo, mas foi limitada para lhe dar condições de trabalho.
Está agora pagando suas culpas, mas, com o alívio possível, pois, ajudando outras criaturas, está reduzindo seus débitos.
Antes de reclamarmos, alegando vitimização injusta, convém consultar o íntimo. Lá encontraremos os erros do passado, dos quais só poderemos no libertar pela persistência no bem e com irrestrita confiança em Deus.
Se nos dispusermos à aceitação das leis da vida, a moeda do sofrimento poderá ser substituída pelas moedas do amor, do trabalho e da generosidade. Dessa forma, amenizaremos as dores atuais, provocadas pelas consequências do passado, dentro, sempre, da matemática divina dos méritos conquistados.
CONTINUA NA PARTE 10