Mensageiras Do Amor
- Colunas
- 20/03/2022
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PRIMEIRA PARTE
Sidney Fernandes
Elas são autênticas representantes da bondade e da misericórdia, suas atitudes se aproximam do amor divino. Sejam elas sanguíneas ou adotivas, desvelam-se, doam seus corpos, sua saúde e, se necessário a própria vida. A partir de um momento mágico, deixam de usar o pronome eu e passam dar inegociável prioridade aos que dela dependem, e que se tornam as coisas mais importantes de suas vidas.
O caro leitor já deduziu que estamos falando da maternidade, que nem sempre é vivenciada com róseas venturas e sim, também, com amargas renúncias?
A mãe de Paulo
Em reunião no plano espiritual, da qual participava André Luiz, senhora triste levantou-se da assembleia e dirigiu-se ao dirigente:
— Quando partirei para o campo terrestre com meu filho? Tanto quanto posso visito-o nas trevas. Não me vê, nem me escuta, sem se dar conta da miséria moral a que se acolhe, continua autoritário e orgulhoso.
O dirigente explicou a André Luiz que a mãe aflita possuía excelentes qualidades morais, mas não soubera orientar o sentimento materno em relação a Paulo, que recebera dela ideias de superioridade, que se fixaram em sua mente. Isso facilitou o surgimento de acessos de rebeldia e brutalidade.
Encontrava-se, agora, em regiões tenebrosas do plano espiritual. A desventurada senhora, sentindo-se responsável pelos enganos que arruinaram a vida do filho, estava se esforçando para recuperá-lo.
Diante da inquirição de André Luiz a respeito do futuro dos dois, respondeu o mentor:
— Nossa amiga, que amoleceu a fibra da responsabilidade moral no excesso de reconforto, voltará à reencarnação em círculo paupérrimo, recebendo aí, quando novamente mulher jovem, então desprotegida, o filho que ela própria complicou nas antigas fantasias de mulher fútil e rica. Ser-lhe-á, na carência de recursos econômicos, a inspiradora de heroísmo e coragem, regenerando-lhe a visão da vida e purificando-lhe as energias na forja da dificuldade e do sofrimento.
— E se perderem a batalha projetada? — voltou a indagar André Luiz.
— Decerto regressarão em piores condições aos precipícios que nos circundam… Cada um de nós, os Espíritos endividados, em renascendo na carne, transporta consigo para o ambiente dos homens uma réstia do céu que sonha conquistar e um vasto manto do inferno que plasmou para si mesmo. Quando não temos força suficiente para seguir ao encontro do céu que nos confere oportunidades de ascensão até ele, retornamos ao inferno que nos fascina à retaguarda…
– CONTINUA NA SEGUNDA PARTE –