Ninguém Precisa de outra Pessoa pra ser Feliz
- Doutrina Espirita
- 17/03/2024
- 12 min
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Ele sempre sofre com essa questão. É um sonhador: gostaria de casar-se, constituir uma família, ter filhos.
Antonio (*), muitas vezes chega triste à reunião mediúnica da qual participa como médium. Sofre muito com a solidão.
Os namorados que encontra sempre o decepcionam. Guarda muita expectativa a respeito do parceiro e depois de um certo tempo abandona o relacionamento porque não era aquilo que procurava.
– Mas por que isso acontece comigo?, pergunta.
Sem considerar as questões puramente espirituais que emergem de outras vidas, as razões podem ser diversas.
Muito ansioso ele não consegue escolher bem. Quase todas as vezes que apareceu com o namorado no Centro Espírita, percebia-se que o parceiro escolhido não aparentava possuir as qualidades que Antonio desejava. Somente ele não conseguia ver.
É importante que saibamos buscar uma boa companhia, com pretensões para algo mais sério, nos lugares em que possa ser encontrada. Isso não é garantia, mas precisamos entender que os lugares que frequentamos dizem muito de nós.
Afinidade é fundamental haver entre os pretendentes, isto é, semelhança de sentimentos, de propósitos na vida.
Outro ponto a considerar é que enquanto não mudamos internamente vamos atrair o mesmo tipo de pessoa para junto de nós, existindo ou não afinidade.
Tenho um conhecido que casou-se 4 vezes. Desde a primeira esposa sofria com sua personalidade agressiva e intratável. Casou-se mais uma vez e separou-se. Outra vez e….
Até que, após o quarto casamento, desistiu. Todas se comportavam de forma idêntica à primeira esposa.
Relatando o caso prá mim, disse-lhe algo como: – amigo, podemos trocar de trabalho, de parceiros ou de religião. Mas até que nos transformemos internamente, atrairemos as mesmas pessoas e circunstâncias.
Sim, enquanto não aprendemos a lição que a vida tem pra nos oferecer, a lição se repetirá indefinidamente. Só podemos seguir adiante se subirmos o degrau de baixo.
Voltando ao Antonio…..
Numa outra ocasião, após a reunião mediúnica, ele tocou novamente nesse assunto. Foi quando um dos componentes do grupo mediúnico lhe disse: “ninguém precisa de outra pessoa pra ser feliz”.
Na mosca!
Sim, podemos viver sós e ser felizes.
É um grande engano oferecer a outra pessoa o poder de torná-lo feliz.
Criar expectativas para que seu parceiro o mantenha sob um estado constante de bem-estar, além de prejudicá-lo, vai minar o seu relacionamento.
“Os relacionamentos servem para acrescentar algo à nossa experiência, mas jamais poderão proporcionar uma felicidade que não encontramos em nós mesmos. Preencher um vazio interior com outra pessoa é como curar um câncer usando um band-aid. Não resolve, apenas mascara a realidade.”
“O problema está quando você enxerga o parceiro como o seu bote salva-vidas ou bilhete premiado. Aquele que vai mudar o rumo da sua vida, corrigir as falhas do presente e dar um norte a você. Não vai.” (1)
A felicidade não vem do outro. Ela é conquista sua.
Infeliz é apenas o solitário
Estar só pode ser opção de viver sozinho, sem um parceiro específico para comunhão afetiva, mas rodeado de familiares e amigos queridos.
Já o solitário vive sozinho por isolamento e sofre com isso.
Ser SOLIDÁRIO é diferente.
E ser solidário significa estabelecer uma relação de auxílio mútuo com outras pessoas, expressando solidariedade, apoio. É ser amigo, fraterno e gostar de conviver com outras pessoas, independente das diferenças.
Portanto, se você se sente infeliz, saia desse mundo particular que você criou para si mesmo com a intenção de se proteger e disfarçar sua insegurança. Acredite no Bem e ajude outras pessoas, colocando-se no lugar delas, desenvolvendo a compaixão.
Você verá que seus problemas são poucos, que tem muitos recursos para usufruir nessa existência e que o amor que você oferece aos outros é a garantia de mais bênçãos na sua vida.
Fernando Rossit
(*) Antonio: nome fictício para preservar a pessoa a que nos referimos.
(1)-Manualdohomemmoderno.com.br