O Brasil que Ninguém Vê
- Doutrina Espirita
- 01/05/2021
- 18 min
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Quando acompanhamos o noticiário brasileiro tendemos a enfocar sempre as notícias negativas sobre o Brasil. Mas observe algumas que talvez não tenhamos dado a devida atenção.
Sempre quando há uma tragédia coletiva, como inundações, deslizamentos de terra, movimentam-se centenas de pessoas voluntárias para ajudarem as vítimas e “chovem” doações de roupas, alimentos e artigos de higiene. Pessoas movidas pelo sentimento de solidariedade saem de suas rotinas para ajudar os que estão em apuros.
Um mutirão humano devolve baleia encalhada para o mar, em Búzios, RJ. Quem acompanhou essa notícia na imprensa viu a movimentação das pessoas, numa determinação admirável, e pode testemunhar a alegria de todos ao salvarem o animal.
São os servicinhos ditos insignificantes, mas de grande valor.
O turismo médico vem crescendo a cada ano. Apenas em 2009, cerca de 50 mil pessoas de vários países estiveram no Brasil em busca de tratamento médico de qualidade. Americanos, cujos planos de saúde são todos pagos, italianos e sul-africanos são os que mais procuram a medicina brasileira.
Todos os imigrantes que aqui chegam são bem recebidos e têm seus direitos fundamentais respeitados, ou seja, temos os nossos braços aberto a todos, feito o nosso Cristo Redentor, ícone do Brasil.
Cresce o número de voluntários no Brasil que relatam sentirem-se mais felizes e plenos nessa ação. A medicina tem comprovado a melhora geral do ser humano quando se volta à caridade. Algumas universidades brasileiras estão implantando a disciplina sobre Espiritualidade no curso de Medicina, pois já foi mais que comprovado que há melhora da saúde dos pacientes através dos passes magnéticos e das preces.
Muitas curas acontecem em Centros Espíritas pelo Brasil, algumas são divulgadas, mas a grande maioria acontece no anonimato, sem alarde. Tudo foi possível porque médiuns voluntários foram, espontaneamente, ajudar o outro, sacrificando seus momentos livres.
Aliás, temos exemplos de grandes brasileiros como Francisco Cândido Xavier, que teve uma vida apostolar, dedicando-se à caridade com sua espetacular mediunidade e à psicografia de obras que nos esclarece e instrui. E ainda Divaldo Pereira Franco que continua semeando amor com o seu discurso notável e comovedor, também psicografando obras que são a essência do Espiritismo, pelo mundo afora, além do projeto do espírito Joana de Angelis, que concretizou em Salvador, a Mansão do Caminho, tirando os pobres da miséria, dando-lhes mais dignidade humana. Eles, juntamente com muitos outros Espíritas, simpatizantes e de outras crenças têm mostrado a filosofia de Jesus na prática, aberta a todos que acreditam e que têm olhos de ver os bons frutos que têm dado.
Apesar dos pesares, as cidades brasileiras estão, lentamente, transformando-se para adaptarem-se ao novo homem com consciência ecológica que está surgindo, que pensa na conservação do planeta para as demais gerações. Ciclovias estão sendo construídas nas cidades para os que quiserem pedalar no caminho para o trabalho, evitando os engarrafamentos e, ao mesmo tempo, melhorando sua saúde e colaborando para a qualidade do ar de todos nós. Aos poucos se multiplicam as construções com os painéis de energia solar. Cresce o número de pessoas que plantam vegetais em suas próprias residências, mesmo em espaços restritos como o peitoral de uma janela de um prédio, tudo em busca de uma alimentação mais saudável. Quantas cidades estão adotando os muros verdes!
Projetos de inclusão social estão, lentamente, acontecendo. Temos cada vez mais calçadas adaptadas aos cadeirantes e piso tátil para os cegos. Intérpretes de Libras para os surdos já se tornaram comuns na televisão, bem como em palestras públicas. De acordo com o Instituto Rodrigo Mendes, já temos no Brasil, o Plano Nacional de Educação que elevou o número de matrícula de estudantes com deficiência física na educação básica em 56%, sendo que o projeto é universalizar o acesso à educação básica ao atendimento educacional especializado até 2024.
Em 1972, em São José dos Campos, o advogado e jornalista Mário Ottoboni e um grupo de amigos cristãos, criaram a APAC – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados. O objetivo é gerar a humanização das prisões, onde os presos trabalham e educam-se moral e intelectualmente, sem deixar de lado a finalidade punitiva da pena. Existem 100 unidades em todo o Brasil e está se espalhando pelo mundo. O índice de pessoas que voltam a praticar crimes é de 8,62%, quando o índice nacional é 85%, com gastos menores.
Apesar de ser questionável se deveríamos ter realizado os jogos olímpicos e paraolímpicos, o Brasil não fez fiasco, como muitos esperavam. Demos uma demonstração que somos um povo simpático, acolhedor e criativo. Tocamos o coração do mundo.
“O Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas também a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro. … o Brasil terá também o seu grande momento, no relógio que marca os dias da evolução da Humanidade”. (1)
Que as falanges de Ismael (nosso guia espiritual) possam, aliadas a quantos se desvelam pela sua obra divina, reunir o material disperso e que a Pátria do Evangelho mais ascenda e avulte no concerto dos povos, irradiando a paz e a fraternidade que alicerçam, indestrutivelmente, todas as tradições e todas as glórias do Brasil.
O bem está crescendo entre nós, só que não faz alarde, é silencioso, mas eficaz e pleno. Somos a Pátria de pessoas alegres e sorridentes, cujos corações batem forte feito os tambores das escolas de samba, e que juntos haveremos de mostrar ao mundo que o amor é que poderá salvar o nosso planeta.
Maria Lúcia Garbini Gonçalves
Referências Bibliográficas:
(1) XAVIER, Francisco Cândido. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. Pelo Espírito de Humberto de Campos. Introdução por Emmanuel. Editora FEB. 34º ed.
(2) XAVIER, Francisco Cândido. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. Pelo Espírito de Humberto de Campos. Editora FEB. 34º ed. Cap. 34, pág. 186.
Originally posted 2017-09-27 06:00:27.