Que queres conosco, Filho de Deus?
- Colunas
- 05/05/2018
- 12 min
- 3.778
Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara. [2]
Aos primeiros dias do ano 30 a cidade de Jerusalém recebia a visita de um ilustre desconhecido galileu, Jesus, o chamado Cristo.[3]
Aqueles, como hoje, eram dias difíceis de subjugação, exploração, desvalorização da criatura humana e saturada violência.
Nesse painel conflituoso chega o Mestre, o nosso Modelo e Guia, para apresentar Deus-Pai, iluminar consciências, consolar aos aflitos de todos os jaez e mostrar o caminho para retornar ao aprisco divino. A feição de imã, que possui campo magnético específico, Jesus atraía e atrai a todos quer pelo consolo que proporciona, para a simples satisfação da curiosidade , ou para a cura do corpo físico.
Na sua grandeza espiritual não prescindiu e não prescinde da colaboração dos humildes pescadores, coletores de impostos, comerciantes e mulheres, dando-nos a generosa lição que toda a obra de edificação no Bem requer o espírito de colaboração dos seus seareiros, cadastrando todos os homens de boa vontade a Seara Divina.
E confirmou tal convite e tarefa 18 séculos depois na obra da codificação kardequiana (Allan Kardec, ‘ O Evangelho Segundo o Espíritismo’ [4]) cujo título ‘Os Obreiros do Senhor’ nos traz a seguinte convocação: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão!”
A seara do Mestre é o campo da vida, no qual todos nós somos chamados a laborar, mas raríssimos são aqueles que suportam e enfrentam os temporais conflituosos do campo de ação , seja na vida íntima ou na vida social. Talvez por esta razão que o trabalhador do Cristo é constantemente assediado pelas forças constrangedoras da consciências empedernidas temporariamente no clima do mal e na faixa vibratória da ociosidade. Influência ainda possível devido a operarmos em sintonia moral indesejável.
Não resta a menor dúvida de que o Cristo aguarda nossa singela cooperação na Seara bendita dos afazeres espirituais, sociais e morais. Ainda há muito o que fazer, há muito que evangelizar, há muito a não temer, há muito que nos desvendar e conhecer. Porém, há muito que aperfeiçoarmos em nível de sentimentos superiores.
O Movimento Espírita é a Seara imensa solicitando trabalhadores simples, justos e comprometidos com a mensagem libertadora do Evangelho.
O salário de cada um será o valor da consciência tranquila pelo dever cumprido. A responsabilidade da tarefa ainda assusta os pequeninos seareiros que estão na colheita pela própria regeneração.
Estamos presenciando o final de um ciclo na Humanidade e bem aventurados aqueles que atendem o apelo do Alto para o trabalho renovador sem prejudicar a obra. Sem dúvida somos espíritos em condição evolutiva mediana, mais podemos ser seareiros fiéis a mensagem do Grande Seareiro como nos indica Eric Stanislas no livro ‘O Céu e Inferno’ no capítulo 3[5]:
“Ah! irmãos, quanto bem por toda parte, quantos doces pensamentos elevados e simples como vós, como a vossa Doutrina, estais chamados a semear na longa rota que tendes a percorrer; mas, também, quanto tudo isso vos será tributado antes mesmo do momento em que vós a isso teríeis direitos!”
Aos primeiros dias do ano 2017 Jesus continua aguardando o cadastro dos seus pequeninos seareiros. E inadvertidos, questionamos: “Que queres conosco, Filho de Deus?
Jane Maiolo
Referências Bibliográficas:
[1]Mateus 8:29
[2]Mateus 9:37-38
[3] XAVIER, Francisco Cândido. Boa Nova, ditado pelo Espírito Humberto de Campos, cap. 03, RJ: Ed FEB, 1990
[4]KARDEC, Allan Kardec. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 3ª edição .FEB. Rio de Janeiro, 2007. Cap.XX, item 5.
[5] KARDEC, Allan Kardec.O Céu e Inferno.Tradução de Salvador Gentile,6ª Edição.Araras/SP,1934
Originally posted 2017-05-02 15:28:01.