Quem Tem Poder
- Doutrina Espirita
- 20/07/2020
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Quem tem poder é o nome de uma mensagem do livro “Ante o Vigor do Espiritismo”, de Autores espirituais diversos, psicografado por Raul Teixeira, Editora Frater, 3ª edição, 2012, pág. 72. Esta mensagem é de autoria espiritual de Francisco de Paula Vitor.
Uma das frases é a seguinte: “O poder vem constituindo uma obsessão, em todos os tempos, tornando-se motivo de busca incessante, incansável, perturbadora.”
O poder traz uma sensação de superioridade, de inatingibilidade, atiça o orgulho, o autoritarismo e a vaidade se não se souber lidar com ele. Porém, pode ser uma fonte de bênçãos e de ajuda ao próximo se utilizado com amor e humildade.
O poder está presente em todos os reinos, desde as plantas, em forma de força para suportar situações adversas onde a sobrevivência faz a seleção natural dos mais aptos.
Nos animais está presente como instinto de sobrevivência pela caça, na luta pelo acasalamento, onde se acasala o mais forte, na condição física para viver em regiões muito frias ou muito quentes e sem água.
No ser humano o poder toma um aspecto diferente, porque vem acompanhado por defeitos que o rebaixam se não usado com justiça, revestindo a máscara da vaidade, do orgulho, da superioridade.
Poder, humildade e obediência podem caminhar juntos e Jesus nos deu o exemplo. Sendo poderoso era humilde e obediente ao Pai.
O poder levou Herodes a mandar matar todos os meninos abaixo de 2 anos quando Jesus nasceu, por temer perder o poder para um futuro rei que tiraria sua autoridade. (Mateus 2: 16-18).
A história e a religião de todos os tempos estão cheios de episódios onde o poder subiu à cabeça de muitos juntamente com o temor de perder autoridade ou poder de decisão.
Vem-nos agora à memória o livro “Abadia dos Beneditinos”, do Espírito Conde Rochester, psicografado por Vera Krijanowsky e que nos mostra a arbitrariedade de frades beneditinos da época com seus monges.
Na mensagem “Quem tem Poder”, o Autor espiritual Francisco de Paula Vitor fala de um outro poder e talvez o mais temido dos homens, porque sobre ele ninguém tem controle, que é o poder da morte.
A morte tem o poder de trazer o espírito à realidade. Ele pode viver por anos escondendo-se ou tentando empanar memórias, mas quando ela chega faz toda uma reviravolta. Quando encarnado e em seus últimos momentos o espírito revive toda a sua encarnação, defrontando-se com seus erros e acertos. Depois de seu trespasse a memória torna-se ainda mais nítida.
A morte ceifa o orgulho, a vaidade, a falsa ideia de poder e não somente a vida física. Não é à toa que é representada com uma foice nas mãos. O Autor espiritual fala dos que espreitam o poder da política terrena, dos que se impõem dominando exércitos submissos ao seu comando arbitrário, fala em soberba e crueldade, do poder sobre familiares indefesos, tudo isso ceifado pela morte. E no parágrafo seguinte diz:” Em verdade, somente a vida, a vida do espírito imortal, carrega em suas engrenagens as lentes ideais para que se veja e entenda o que realmente existe como força no mundo todo.”
E da mesma forma que destrona os orgulhosos, é portadora de bênçãos aos que trabalham “honesta e lucidamente nos campos terrenos, permitindo-lhes o usufruto da ventura semeada”.
O poder de cada indivíduo está nos esforços que faz em dominar-se a si mesmo, construindo a paz de consciência, “por meio de árduas disciplinas, conseguindo espalhá-las em derredor”, renunciando aos excessos de todos os tipos para conquistar atributos imperecíveis.
O poder do mundo é passageiro, é um poder de minutos se comparado à eternidade e que por vaidade ou vontade de demonstrar força, faz muitos cometerem grandes injustiças.
O poder da vida e da morte está nas mãos de Deus.
E Francisco de Paula Vitor termina a mensagem com a seguinte frase:
“O real poder é daquele que tudo podendo exigir, torna-se, na Terra, o verdadeiro servidor de todos”.
Concluimos então nosso artigo relembrando o ensino de Jesus em Mateus 20: 27,28
“E quem quiser ser o primeiro entre vós que se torne vosso escravo. Assim como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como único resgate por muitos”.
Orleide Felix de Matos
Fonte: Agenda Espírita Brasil