Saúde e Enfermidade
- Doutrina Espirita
- 01/12/2023
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“Teu Espírito é tudo; teu corpo é simples veste que apodrece: eis tudo”
O Livro dos Espíritos” – questão 196a
A Doutrina Espírita nos oferece panoramas nunca dantes imaginados para velhas questões filosóficas até então irresolúveis… Onde se poderia imaginar, por exemplo, que a “dor” é processo terapêutico e que a “educação” é poção medicamentosa?
Passamos quase dois milênios recebendo as instruções da Boa Nova e nunca nos ensinaram ou sequer atinamos que o Evangelho de Jesus não é apenas roteiro de luz, mas receita de paz, de felicidade, de saúde e de alegria! … Por isso a Doutrina dos Espíritos apresenta-nos Jesus como o Sublime Médico das Almas.
Aprofundemos o “bisturi” do raciocínio nas questões acima levantadas, com base nas informações passadas por Jesus, quando Ele disse: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” – Mateus, 6:33. 2 – Mateus, 6:25
Ora, com este mandamento o Mestre estava apontando o alvo para onde devemos concentrar o foco de interesses. Mas, refratários e calcetas, fizemos ouvidos moucos e pagamos o alto preço exigido pela negligência, traduzido em dores acerbas que sempre estiveram presentes em nossas experiências palingenésicas.
No excelente livro “Na Seara do Bem” *, encontramos:
“(…) A medicina espiritual considera a saúde como a exteriorização do equilíbrio interior que alguém tenha alcançado, mediante a perfeita comunhão com as Leis Divinas; já a enfermidade representa o extravasamento, o expurgo dos desequilíbrios mentais, por parte de quem ainda insiste em caminhar, de forma a contrariar os sábios desígnios divinos. Este conceito a própria ciência terrestre já começa a compreender, afirmando que existem “doentes” e não “doenças”.
Causas
Entendemos que as causas das enfermidades têm suas raízes implantadas nas profundas raízes do Espírito, isto é, são de ordem espiritual. Por isso compreendemos que o homem deve urgentemente buscar os recursos de ordem espiritual visando o seu próprio benefício; e por recursos espirituais não nos referimos tão somente à fluidoterapia, que representa importante mecanismo de auxílio. Reportamo-nos à educação.
Sim, Educação. Se a causa das enfermidades estão nos deslizes que cometemos ante as soberanas Leis da Vida, urge busquemos na educação, a ação disciplinadora, sempre benéfica.
O homem precisa ser médico de si mesmo, analisando as próprias tendências e disposições mentais, renovando-se para melhor, trabalhando o psiquismo, corrigindo antigas viciações, esforçando-se por ser alegre em vez de triste, otimista e não pessimista, ponderado, tranqüilo e confiante, em vez de desesperado.
Precisamos também considerar a dor como processo terapêutico.
A Sabedoria Divina permite-nos os equívocos, entretanto, retira dos nossos próprios erros, os necessários meios para a nossa recuperação. Nesse sentido, a dor se transforma em verdadeiro remédio, pois colabora para o arrependimento sincero, propiciador das novas disposições mentais.
E Jesus?
Recordemo-nos que Jesus não curou todos os enfermos, embora pudesse fazê-lo e se assim não agiu foi porque, naturalmente, nem todos estavam aptos a libertarem da enfermidade. Para a grande maioria a dor representava o processo terapêutico libertador, difícil e doloroso porém necessário. Entretanto, se o Mestre não curou a todos, ofertou, generoso, Humanidade inteira a sublime mensagem do Amor, caminho seguro para quantos desejem sinceramente a libertação dos erros, das enfermidades e do sofrimento com vistas a alcançarem a saúde espiritual, o equilíbrio, a paz sem mesclas (plenitude …
(…) A tarefa de Jesus não era a , curar os corpos, mas sim a de salvar almas. Ele afirmou referindo-Se à importância dos valores espirituais: “Não é a Vida mais que o mantimento, e o corpo mais que o vestido? …”
E, de conformidade com os seus ensinos, perguntamos por nossa vez: não é o Espírito mais que o corpo? Qual utilidade de curar o corpo e perder a alma? Não será melhor salvar a alma, mesmo que para tal mister o corpo venha a sofrer?
De igual maneira, a nossa tarefa nas Casas Espíritas não é realizar prodígios no campo da cura, nem tampouco a de atender às exigências dos que lá aportam desejando a solução rápida e eficaz para os seus males. Tão-somente devem, nos propor a colaborar com os companheiros encarnados no projeto do crescimento para Deus, auxiliando-os a superar as dificuldades criadas por eles, mesmos, mediante o uso inadequado do livre arbítrio. A medicina terrestre, assim como os recursos socorristas em nos esfera, representam a Misericórdia Divina; entretanto aprendemos com os nossos Maiores que não basta remediar e consolar, é imprescindível esclarecer e iluminar consciências.
Equilíbrio interior é que garante a saúde
(*) – Autoria do Espírito Antônio Carlos Tonini, psicografia de Luiz Antônio Ferraz, edição da Casa Editora “Pierre-Paul Didier” capitulo 2 onde o Dr. Cornelius (Espirito), ministra uma portentosa aula sobre tema em questão.
Autor: Rogério Coelho
Nota: O autor é escritor e expositor espírita; atua e Muriaé -MG.
Revista Internacional de Espiritismo