Tempos de Transição

Sidney Fernandes

Observadores começam a identificar no comportamento de algumas crianças sinais que os fazem supor que estão diante de pequenos missionários, com a incumbência de salvar a Terra. Eles têm traços bem característicos: esperteza, criatividade, curiosidade, facilidade no aprendizado de palavras, frases e expressões. Estamos diante de uma nova geração de espíritos que já nascem com talentos e conhecimentos inatos, inconcebíveis para nossa época infantil. O amigo leitor já ouviu falar do terrible twos, ou, os terríveis dois anos ou, ainda, a adolescência dos bebês?  Eles têm desejos e opiniões próprias e muitas vezes se opõem às recomendações dos adultos. À medida que vão crescendo e se aproximando da adolescência (ou aborrescência?), podem assumir novos padrões de comportamentos.

Embora estejamos diante de nova geração, muito mais preparada do que a nossa, não significa, necessariamente, que aqui aportaram com missões relacionadas à humanidade, mas, sim, com tarefas relativas a si mesmos. Como a grande maioria da população, aqui encarnam para superar seus defeitos, enfrentar imperfeições e vencer suas más tendências. São almas portando altos conhecimentos intelectuais, nem sempre acompanhados de perto pelo adiantamento moral.

Evoquemos algumas características dos autênticos missionários, contidas em O Evangelho Segundo o Espiritismo:

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.

— Como identificaríamos um habitante do planeta já ligado aos ideais do mundo de regeneração? Essa pergunta foi formulada por Richard Simonetti com a interessante proposta de encontrar pessoas já dispostas a colaborar no campo do altruísmo, pela construção de uma nova humanidade.

Considerou Richard que o nosso planeta ainda caracteriza-se pelo egoísmo, na base do cada um por si e o resto que se vire. Já, no mundo de regeneração, predomina o altruísmo. Mesmo assim, entendia que não seria tarefa difícil identificar, neste mar de espíritos empolgados pela matéria, por gozos, prazeres e transitórios poderes, lídimos representantes do devotamento e do altruísmo.

Embora ainda em quantidade pequena, é possível encontrar pessoas inteiramente devotadas ao próximo, que realizam maravilhosos trabalhos nos campos do bem, social, religioso e até no campo político. Gente idealista, que trabalha para o bem da humanidade.

Os mansos já estão encarnando no Planeta Terra? Não haverá uma revoada de anjos povoando o nosso planeta. A partir do momento em que formos aprendendo a combater nossas imperfeições, iremos nos transformando em agentes que comporão a nova geração.

Somos nós, encarnados e desencarnados, que, ao lado dos autênticos mensageiros do bem que já estão encarnando na Terra, poderemos contribuir para a implantação da mansuetude anunciada por Jesus. Conscientes de que almas nobres já se comprometeram em nos dar o respaldo necessário para a grande transformação, a verdadeira revolução deverá partir do nosso íntimo, na vanguarda, em busca do limiar da regeneração.