Um pouco mais sobre Mediunidade

Nunca será demais tratarmos sobre o tema Mediunidade, dada as características, particularidades e objetivos que ela porta em cada ser humano.

No tocante ao comportamento do médium, Carlos Toledo Rizzini divulga(*) uma mensagem intitulada “O Bom Médium”, psicografada pela médium Sra. M. R. C. em 14 de novembro de 1956, e assinada pelo espírito Ariel, então responsável espiritual pelo C. E. Aliança do Divino Pastor, no Rio de Janeiro, que ora transcrevemos :

“O bom médium é obrigado a viver as suas ações em relação à cadeia de ensinamentos, oriundos da chave-mestra.

O bom médium não pode desencadear tempestades sem, primeiro, recolher-se no altar de suas elevadas condições espirituais para prosternar-se em oração, vencendo o assédio de todas as tentações espirituais.

O bom médium é uma carta viva de amor; é um relatório de paz; é um sudário de sofrimentos e perseguições; é a perpetuação de todos os ensinamentos que se renovam na sua própria fisionomia.

O médium que não se afigura com este perfil, que não se aproxima desse exemplo, não é o médium exemplar; não é o escolhido; não é o eleito; não é a figura para a qual convergem a confiança e o respeito dos seus maiores.

Um médium é instrumento apenas; é uma máquina, ou boa ou má, defeituosa ou viciada, displicente ou atenta, que faculta o bom ou mau trabalho, bem ou mal cuidada. Os cuidados que se dão a esse médium dependem daqueles que o cercam, nos exemplos que recebe, na configuração dos ensinos que se lhe incutem, nas obrigações cabidas, nos trabalhos aceitos e realizados com humildade. Apenas o espírito do médium pode divergir e dar à sua máquina um desgaste, uma aplicação que o possa constranger, perante as autoridades que o separaram para um trabalho de seleção. Por isso, se diz, se afirma e se proclama que o médium não deve envaidecer-se com elogios, porque ele não é  aquilo que muita vez pretende ser; não é, também, o que os espíritos por ele podem fazer refletir, mas será tão-somente o que ele em si der do seu comportamento, da sua conduta, do seu procedimento. Assim labora o espírito em relação ao médium que oferece a sua máquina, o seu corpo, às entidades espirituais.

É preciso cuidar, é preciso ter a atenção voltada para essa separação – médium e corpo – espírito e corpo, isto é, ambos podem ser distintos, entretanto, quando ambos se afinam no trabalho da mediunidade, verificamos que a candeia da mediunidade se acende, que a beleza da percepção se robustece, que a inteligência prevalece, e assomam os sentimentos mais nobres de  assistência e relevância aos trabalhos de amor e sacrifício universais.

Não dês guarida, médium, às tentações loucas deste mundo.

Se queres ser médium de Jesus, caminha no silêncio das tuas decepções; revigora o teu espírito e amplia a tela dos teus conhecimentos, renunciando todos os dias às amarguras egoísticas que procedem da tua fase animal. Não te emaranhes no teu passado; não voltes ao teu pregresso sentimento; retempera tua alma no trabalho construtivo e associa tudo o que é belo neste mundo; e lembra-te de que o quadro mais tentador desta vida é aquele que se apresentou no Gólgota, no Calvário, na figura do grande magnânimo, do grande sábio de Nazaré.

Não queiras subir os degraus dos potentados. Sê tão pequeno que ninguém te veja entre os maiores; sê como uma cadeira que, às vezes, é útil, mas outras vezes, repousante, para aqueles que se encontram cansados à margem da vida.

Médium trabalhador da seara de Jesus, esconde-te sob os efeitos maravilhosos daquilo que o teu espírito puder dar de si mesmo e nunca te desgastes no procedimento de descompensar o equilíbrio em que trabalham as entidades que se projetam para a Terra, para arrancar os homens do sofrimento animal. Guarda-te, médium, guarda-te das arrancadas espirituais das zonas positivas do mal, porque, em breve, a tua vida será ceifada, o teu corpo, se não for depressa, a velhice se encarregará de tornar uma máscara, uma das características mais tristes de quem alcança a longevidade. Apressa-te no passo aligeirado que a bondade te oferece, sê útil a todos que te cercam, e não profiras palavras más; não deixes correr de teus lábios expressões alcandoradas que não se justifiquem com a tua missão a serviço de Jesus.

Concebe, depressa, que essa missão não é missão de glórias inúteis nem vãs, e se não acordaste até este momento, desce comigo, vem às profundezas dos abismos e verás quantas almas amarguradas pelo suicídio, quantos espíritos que pranteiam a oportunidade que tiveste, quantas e quantas almas terão a oportunidade que tiveste, quantas e quantas almas terão de perpassar as escadas difíceis para chegar onde te encontras a serviço da humanidade. Ninguém serve à humanidade com orgulho, nem serve o seu próximo com vaidade. Se pretendes assim fazer, corre depressa, deixa a tua túnica, medita e dá o braço ao mundano servidor, até que reconheças como deves recomeçar a tua tarefa.

Recolhe-te, médium do Senhor, e, na tua meditação, reconhece quem é teu amigo Jesus, porque, no mundo, ninguém poderá servir a dois senhores.”

A mensagem nos traz farto material para reflexão e conscientização a respeito da atribuição mediúnica que “de graça recebemos”, e que individualmente prestaremos conta.

Pensemos nisso.

 

Antônio Carlos Navarro
Centro Espírita Francisco Cândido Xavier
São José do Rio Preto – SP
06 de fevereiro de 2014
(*) Rizzini, Carlos Toledo – Evolução Para o Terceiro Milênio: Tratado Psíquico para o Homem Moderno, EDICEL, 11ª Edição.
Postado simultaneamente:
http://www.agendaespiritabrasil.com.br/2014/02/um-pouco-mais-sobre-mediunidade.html