Agenor, um Espírita Fracassado (Internado no Hospital Esperança)
- Colunas
- 07/06/2022
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No livro “Tormentos da Obsessão”, o Espírito Manoel P. de Miranda descreve-nos detalhes do Hospital Esperança, situado no Plano Espiritual, destinado especialmente para o atendimento aos espíritos fracassados nas suas tarefas na Terra, notadamente aqueles que conheceram a Doutrina Espírita na última reencarnação.
Iremos fazer um resumo do estado espiritual de Agenor, um médium fracassado.
Manoel, o autor espiritual que estava conhecendo os trabalhos de assistência do Hospital Esperança, se deparou, numa visita aos doentes em tratamento, com Agenor, paciente que se encontrava internado em estado sonambúlico há mais de dois anos.
Seu sentimento de culpa levou-o a encarcerar-se num casulo, criado pela auto-hipnose a que se permitiu inconscientemente para fugir da dor moral.
Tratava-se o casulo de um verdadeiro esconderijo para ele, já que não conseguia suportar a consciência culpada a lhe acusar dos graves erros cometidos na última reencarnação, conquanto conhecesse a mensagem esclarecedora do Espiritismo.
“Havia adquirido estranha aparência, envolvendo-se em anéis constritores que se movimentavam ao ritmo respiratório. As formas convencionais e humanas haviam sido substituídas pela esdrúxula carapaça que o envolvia externamente, apesar de a respiração eliminar a pestilencial substância que se adensava no ar em contato com a predominante no recinto”.
Foi então que o Espírito Manoel P. de Miranda tomado de sincera compaixão, com seu pensamento alcançou a área correspondente ao cérebro de Agenor, e acompanhou a luta que era travada pelo seu Espírito mergulhado em profunda angústia. Verificava que Agenor sentia-se encarcerado naquele casulo, gritando blasfêmias e imprecações, ameaçando-se de suicídio com interregnos de alucinação.
Passava pela sua mente, como numa tela cinematográfica, os atos que havia cometido e que respondiam pela situação penosa em que se encontrava, sofrendo grande aflição.
Não conseguia raciocinar ou elaborar algum mecanismo de libertação. Apareciam na sua mente as imagens do passado, especialmente as decorrentes do uso infeliz que fizera da existência dedicada ao prazer, e, por fim, ao mergulho em distúrbio depressivo sob a ação mental de vingador inclemente que o induziu ao suicídio.
Inácio Ferreira, o mentor que acompanhava Manoel F. Miranda, informou que Agenor nasceu em lar feliz, amparado pela abnegação materna, que não soube valorizar desde os verdes anos da existência física. Convidado ao estudo do Evangelho no Lar, realizado pela mãezinha, escusava-se, renitente e ingrato. Reencarnara-se, como é normal, para recuperar-se de graves delitos, e o Espiritismo dever-lhe-ia ser a diretriz de segurança para caminhar com acerto, mas pouco assimilou das lições espíritas e cristãs.
Mas, logo que lhe foi possível, Agenor entregou-se aos disparates sexuais, enveredando pelas drogas de consumo fácil.
Nos intervalos, quando despertava dos estados de alucinação, encontrava a mãezinha vigilante a convidá-lo à mudança de comportamento, sem que os resultados se fizessem eficazes.
Nesse comemos, adveio a desencarnação da senhora, crucificada no sofrimento que ele lhe impunha, e, logo recuperando-se no Além, compreendeu que somente o tempo seria o grande educador do filho rebelde.
Os anos sucederam-se, multiplicando desequilíbrios no Agenor, que mergulhou em profunda depressão, mais consumindo drogas, até que, inspirado pelos Espíritos perversos com os quais convivia mentalmente, desertou do corpo através de uma superdose.
Sua mãezinha, já desencarnada, submissa aos desígnios de Deus e conhecedora das leis que regem a vida, ao invés de censurar ou esquecer o filho, empenhou-se em prosseguir auxiliando-o, conseguindo ampará-lo além da morte com a sua posterior transferência para o Hospital Esperança, depois de um período de tempo expressivo em que Agenor permaneceu em região espiritual correspondente à situação de suicida.
Há quinze anos desencarnado, encontrava-se no Hospital fazia 2 anos em processo de recondicionamento e reequilíbrio.
Inácio Ferreira, finaliza:
“Os momentos de calma, que foram observados, são já o resultado das induções abençoadas da genitora, que o tranquilizam por breves momentos, e que se irão ampliando até que sejam conseguidos mais significativos reflexos de paz no seu mundo interior desestruturado.”
Fernando Rossit
Fonte:
-Tormentos da Obsessão, Divaldo P. Franco/Manoel Philomeno de Miranda