A alma do Universo – Orson Peter Carrara
- Colunas
- 11/07/2018
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Nem sempre compreendido, interpretado de mil formas por força da cultura e tradições humanas, gradativamente entendido conforme avança a mentalidade humana, Deus, a inteligência suprema do Universo, causa primeira de todas as coisas, pode ser chamado sem receio de a alma do Universo. Afinal é de sua ação e origem que vivemos, viemos e cá estamos nesse turbilhão de aprendizados.
Antes, numa época de extrema ignorância, foi comparado à mediocridade humana, como se fosse vingativo e possuidor de nossas tolas vaidades e sujeito às nossas intempéries emocionais. Passou o tempo das danças, tambores e homenagens próprias da infância intelectual, veio o Cristo que nos apresentou o Criador como Pai. Ele, o enviado de Deus, ensinou as Leis de Amor, provocou mudanças na história, alterando o calendário em antes e depois Dele, e trouxe mudança de trajetos na evolução humana.
Mais tarde, com a mentalidade humana começando a despertar, começamos a compreender as Leis que nos regem a vida, sabendo-nos responsáveis por nossas ações e que não existe castigo, nem um ser infernal a nos “cutucar” indefinidamente, mas simplesmente consequências de nossas ações. Tornamo-nos mais conscientes e responsáveis. Agora sabemos.
Deus não poderia criar seres para que fossem odiosos e repulsivos. Suas leis são imutáveis e eternas, repletas de amor, justiça e misericórdia. Isso nos faz entender os extremos humanos, as diferenças gritantes que vemos e vivemos em todos os sentidos. Assim como crianças se deliciam com brinquedos, muitos de nós jogamos com essas leis – como se pudessem enganar e fazer trocas com a Inteligência suprema do Universo –, depois reclamam e se revoltam das colheitas que antes foram semeadas. São as consequências. Basta pensarmos no sentido de justiça. Agir bem gera o bem, agir mal gera o mal.
Não deixemos de ter piedade de verdugos e vítimas. Os primeiros, porque se preparam para grandes aflições no futuro, e os segundos porque foram maus semeadores no passado e agora colhem o que plantaram. Isso é apenas consequência, nunca castigo. Como pensar em castigo de um Pai de misericórdia e bondade, justiça e amor incomparáveis?
Deus está muito acima de nossas misérias e torpezas. Deus é a alma do Universo e não um vigia de nossas criancices.
Por isso concluo a abordagem com o parágrafo final de texto da notável Amália Domingo Soler (grande escritora e médium espanhola), em quem me baseei para elaboração desses parágrafos: “Adoro a Deus na Natureza, mas não tremo ante sua cólera, nem confio em sua clemência. Deus é justo, é imutável, é eterno, é superior a todas as piedades e a todas as compaixões. Não necessita ser clemente porque é justo, pois suas leis de amor têm que cumprir-se e quando se cumpre a lei de Deus, não terá ocaso o dia de felicidade universal”.
Que expressão feliz de Amália: Deus é a alma do Universo! Obrigado, meu Deus! Por sua grandeza, pela presença no Universo, dentro de nós, em tudo que nos rodeia.