Provas Da Continuidade Da Vida
- Colunas
- 02/08/2022
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Sidney Fernandes
Centenas de mães foram a Uberaba para obter notícias de seus filhos. Por mais de sessenta anos Chico Xavier confortou pessoas desconsoladas que buscavam notícias de seus mortos. Uma das cartas recebidas por Chico foi a do pequeno Rangel, que morreu aos três anos, depois de cair de bicicleta. Sua carta tinha traços infantis, provavelmente por não ter tido tempo para ser alfabetizado, e foi redigida com a ajuda do avô. O apelido do pequeno Rangel, a citação dos nomes dos parentes e de amiga da família, bem como detalhes particulares, desconhecidos por Chico, atestaram a veracidade da tocante comunicação, reconhecida pelos entes queridos.
Alexandre Aksakof, grande pesquisador russo dos fenômenos espíritas do século XIX, recebeu, pelo consagrado médium Daniel Dunglas Home, comunicação que dizia respeito a assunto de família muito íntimo. O espírito da filha de Roberto Chambers pedia que ele entregasse uma carta ao pai. Aksakof recusou-se a fazê-lo, a não ser que a entidade lhe desse uma prova incontestável de autenticidade, que pudesse convencer o Senhor Chambers de que a correspondência era realmente de sua filha.
Instado, o espírito respondeu a Aksakof:
— Dize-lhe: “ Papá, meu amor! ”
O pesquisador russo procurou o Senhor Roberto Chambers e lhe perguntou o que significava aquela expressão. Ele respondeu que aquelas haviam sido as últimas palavras de sua filha, no momento em que morreu. A partir daí Aksakof se sentiu autorizado a entregar a comunicação que lhe havia sido confiada.
A filha única de Madeleine, Julie, de quatorze anos, objeto de toda a sua ternura, havia falecido. Diante da tristeza inconsolável, a saúde da mãe começou a se alterar gravemente, de maneira que, em breve, ela poderia seguir os caminhos da filha.
Uma senhora de seu conhecimento aconselhou-a a procurar Allan Kardec, que a acompanhou, em busca de alívio para sua pena, a uma consulta mediúnica. Eram apenas os três: a mãe, a médium e Allan Kardec. Eis o resultado dessa sessão:
— Em nome de Deus, peço-te que venhas, minha filha querida, se Deus assim o permitir.
— Mãe! Estou aqui!
— És tudo mesma, minha filha, que me respondes? Como posso saber que és tu?
— Lili.
Lili era um pequeno apelido familiar, dado à jovem em sua infância, que não era conhecido nem da médium, nem de Allan Kardec, considerando-se que, havia vários anos, só a chamavam pelo nome de Julie. A esse sinal, a identidade era evidente. Não podendo dominar a emoção, a mãe explodiu em soluços.
***
Comunicações mediúnicas não podem mais ser ignoradas pela ciência humana. Por que indivíduos, particularmente crianças, passaram a nos dar provas irrecusáveis da continuidade da vida? Manifestações dos espíritos ainda não são bem entendidas pelos homens. Se tivéssemos noção exata da importância da vida, agradeceríamos aos espíritos superiores os esclarecimentos vindos do Alto. Com resignação e reflexão, um dia aprenderemos a valorizar a existência e a entender que nossos entes queridos não morreram. Apenas estão ausentes, aguardando o momento certo para o ansiado reencontro.