Visitantes Invisíveis

Sidney Fernandes

Um jovem universitário estava ferrenhamente concentrado em seus estudos, em um dos quartos de grande casa. Bateram à porta. Por estar aplicado em seus trabalhos, vacilou em atender por achar estranho quem alguém da casa viesse interrompê-lo em plena atividade, perguntou:

— Quem é?

Como não ouviu resposta, aproximou-se, abriu a porta e não havia ninguém. Ao voltar para seus estudos, ouviu novas batidas.

— Se é alguém — disse, suspeitando de alguma brincadeira —, bata três vezes.

Como o ruído imediatamente obedeceu e ele confirmou que não havia ninguém na porta, conjecturou:

— Esse ruído não é da madeira, do vento ou de qualquer ser vivo. No entanto, obedece aos meus comandos. Concluo que se trata de algum ser inteligente, porém invisível, que responde ao meu pensamento.

Na sala de sua casa estava sendo realizada uma reunião de pessoas que buscavam o intercâmbio com os mortos. Assim que o jovem estudante se aproximou do grupo, começou a ocorrer uma série de ruídos e movimentos que, curiosamente, obedeciam à sua ordem mental. Terminado o estranho concerto, um dos espíritos presentes transmitiu sua mensagem.

— O espetáculo a que todos vocês assistiram ocorreu graças ao suporte magnético deste jovem universitário que aqui se encontra, que não tinha noção de seus poderes extrassensoriais. Não tirem da noite de hoje apenas a lição da imortalidade. Estudem, perguntem e persigam as lições filosóficas que Deus está lhes oferecendo graciosamente.

***

As explicações filosóficas da Doutrina Espírita são muito mais convincentes do que os fenômenos de efeitos físicos. Entender o porquê da dor, das deficiências e das diferenças entre os homens motiva muito mais as pessoas ao estudo e à reflexão do que os fenômenos de assombramentos, de vozes e escritas diretas ou até mesmo as materializações. Com a reforma íntima e a superação de más tendências encontraremos o consolo para nossas tristezas.

A minha parte está feita, amigo leitor. Trazer-lhe fenômenos autênticos que suscitem a reflexão. Afinal de contas, daqui a pouco seremos nós que estaremos do lado de lá…