A Alma das Crianças
- Doutrina Espirita
- 09/05/2024
- 16 min
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“Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que Ele as tocasse, e, como seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse: “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o Reino dos Céus é para os que se lhes assemelham”.
(Marcos, 10:13 a 16.)
É natural que o Mestre estava se referindo à pureza do coração, pois ela é inseparável da simplicidade e da humildade.
Exclui toda ideia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como emblema dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como o da humildade.
Naquele apelo, queria Jesus que os homens aceitassem seus ensinos, se entregassem a ele, com a confiança das crianças.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer “me perdoe”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”. É ter humildade da receptividade.
Augusto Cury (psiquiatra, psicoterapeuta e escritor)
Com os anos vamos perdendo a inocência, tornando-nos menos sensíveis e mais desconfiados. O medo toma conta de nós, afastando-nos uns dos outros. Deixamos, então, de ser fraternos e tolerantes.
Vou deixar aqui registradas três emocionantes histórias sobre as crianças para nossa reflexão. Por que não somos como elas pelo menos em algumas situações da vida? Por que insistimos em destruir a criança que mora dentro de nós?
PRIMEIRA HISTÓRIA
Foi solicitado em uma ocasião ao escritor, professor e orador Leo Buscaglia que fizesse parte de jurado em um concurso.
O propósito do concurso era encontrar a criança mais carinhosa.
O vencedor foi um menino de 4 anos, vizinho de um velho cuja esposa havia falecido.
O menino, ao ver o velho chorar no quintal da sua casa, se acercou e se sentou no seu colo.
Quando sua mãe lhe perguntou o que lhe havia dito ao vizinho, o menino lhe respondeu:
“Nada, só lhe ajudei a chorar”.
SEGUNDA HISTÓRIA
A professora Debbie Moon estava estudando com seu grupo de primeiro ano a gravura de uma familia.
Na gravura havia um menino que tinha cabelos de cor diferente do resto da família.
Um dos meninos do grupo sugeriu que o menino da pintura era adotado.
Então, uma menina do grupo lhe disse:
“Eu sei tudo de adoções porque eu sou adotada”.
“Que significa ser adotado, perguntou o menino?”
“Significa“ – disse a menina – “que tu cresces no coração de tua mamãe ao invés de crescer no seu ventre”.
TERCEIRA HISTÓRIA
Um menino de 10 anos estava parado em frente a uma loja de sapatos na rua, descalço apontando através da vitrine e tremendo de frio. Uma senhora se acercou do menino e lhe perguntou: -“Meu pequeno amigo, o que está olhando com tanto interesse nessa vitrine?”.
-“Estava pedindo a Deus que me desse um par de sapatos”, foi a resposta do menino.
A mulher pegou o menino pela mão e entraram na loja. Pediu ao atendente meia dúzia de pares de meias para o menino. Pediu um recipiente com água e toalha e foram para os fundos da loja onde ela lavou os pés do menino, calçou com as meias e lhe comprou um par de sapatos.
Juntou o resto dos pares de meias e os deu ao menino. Acariciou a cabeça do menino e lhe disse:
-“Não há dúvida, pequeno amigo, que agora está mais confortável!”.
Quando ela dava meia volta pra ir embora, o menino agarrou-lhe a mão e olhando-a com lágrima nos olhos lhe perguntou:
-“Você é a esposa de Deus?”
Fernando Rossit
Bibliografia:
-O Evangelho Segundo o Espiritismo
-Augusto Cury
Originally posted 2015-09-29 16:43:54.