Ciúme – Orson Peter Carrara

Procuremos evitar o ciúme. Fragilidade humana de expressão, o ciúme é causador de intensos sofrimentos, tanto para quem o sente como para quem lhe experimenta os efeitos.
São inverídicas as justificativas de que o ciúme significa bem-querer, zelo, amor ou afeto. Em síntese, o ciúme representa apenas enorme insegurança moral, mascarada com expressões antipáticas. Quantas inimizades, separações de casais, rompimentos entre amigos, homicídios e mesmo suicídios não encontram inspiração e tiveram origem no ciúme doentio?
É preciso sempre ter em mente de que, no planeta, nada nem ninguém pertence a nós. Ninguém é propriedade de ninguém e o ciúme é mesmo, em si, uma grande tolice e se fosse suprimido dos relacionamentos, não faria falta alguma.
O importante é amar, valorizar pessoas e relacionamentos, estimular conquistas de crescimento intelecto-moral, dar importância aos amigos e realizar exercícios mentais que não nos deixe apegados a nada nem a ninguém, vacinando-nos contra esse veneno chamado ciúme. Afinal, basta refletir: ciúme e apego cegam…
Sim, o ciúme é algo terrível. Paralisa sentimentos, cega a pessoa, desperdiça oportunidade de felicidade e infelicita onde se faz presente, gerando mal estar no ambiente. Pensemos bem: para que serve o ciúme? Prender alguém ou algo? Prender alguém ao nosso limitado ponto de vista é sim perder-lhe a companhia e a convivência.
O amor autêntico não tem ciúmes, pois liberta. E libertando, mais o tem…
Basta pensar nas vezes que sentimos ciúme. Quanto mal estar, quanto sofrimento sem necessidade. Vez por outra é preciso se autoquestionar sobre o que nos faz sentir ciúmes. Em que situação ele ocorre? O que o provoca? È com alguma coisa, com determinada pessoa, com o sucesso dos outros? Que bobagem! Não estamos concorrendo. Estamos isto sim num gigantesco processo de crescimento e muito precisamos uns dos outros e podemos, com tranqüilidade, dispensar a inutilidade do ciúme, que só fazer perder tempo e sono… Deixemos a cada um o direito de ser como é.
Por nossa vez, tratemos de promover o próprio crescimento, envolvendo-nos igualmente com o crescimento alheio, e seremos muito mais serenos e tranquilos.