Filhos Têm Trajetória Própria

Sidney Fernandes

PARTE 4 de Família: Conversar É Preciso

Filhos Têm Trajetória Própria

Nossos filhos são espíritos em evolução e têm sua trajetória própria. Eles não têm a nossa experiência e a nossa responsabilidade. O diálogo em família, sob a luz da tolerância, da oração e do entendimento, passa a ter importância fundamental para a preservação dos valores familiares.

O diálogo deve ser uma troca mútua, uma conversa aberta, partindo do princípio de que devemos auxiliar e orientar nossos filhos, mas que não podemos viver por eles.

Como podemos melhorar a comunicação familiar? Modernos educadores e psicólogos fazem algumas recomendações comuns, que merecem a nossa reflexão.

Foco em quem fala

Quando um familiar nos procura para falar sobre sua vida, deve merecer nossa atenção como protagonista.

Erramos quando dizemos:

— Comigo aconteceu a mesma coisa, filho, e quando aconteceu comigo eu fiz assim, assim, assado…

O foco deve ser no interlocutor e não em nós. Não podemos tirar do outro a oportunidade de falar e desabafar. Saber ouvir e dar oportunidade de expressão ao familiar é exercitar paciência e solidariedade.

Excesso de aconselhamento dificulta comunicação

O aconselhamento é bom. No entanto, nossos filhos devem aprender a trilhar o seu caminho. É preciso lembrar que cada um de nós traz um planejamento próprio para a atual encarnação. Absorver a total responsabilidade da vida do outro é tirar dele a oportunidade de crescimento que o espírito precisa ter para seguir o seu caminho evolutivo.

Fuja do excesso de interpretação

A velha regra de responder apenas o que nos foi perguntado, simplificando o diálogo, deve estar presente quando percebemos que o filho está querendo apenas desabafar ou esperando apenas que nós o ouçamos, ou simplesmente querendo uma informação específica sobre determinado assunto. Quando a criança nos perguntar se a cegonha existe, temos que nos limitar a dar resposta breve e clara e não dar a ela uma aula de biologia.

Respeite a dor do outro

Certa ocasião, uma de minhas filhas, de dois anos, foi descer rapidamente da cama. Começou a chorar dizendo que o pezinho estava doendo. Impensadamente, disse a ela que não podia estar doendo, pois não havia motivo para a dor.

Depois fiquei pensando:

— Ora, era o pé dela e não o meu que estava doendo.

Muitas vezes não permitimos que o outro tenha a oportunidade de externar suas próprias dores. Dores e sentimentos são muito subjetivos. O que não dói em um é insuportável no outro. Daí jamais devermos subestimar o sofrimento do outro.

Referências: Fonte – IDE – Instituto de Desenvolvimento da Educação – A comunicação familiar – texto publicado no Portal da Família, em 25/11/11; Ser feliz é uma decisão, Sidney Fernandes.

 

– continua na parte 5 –