Instrumentos de Boa Vontade

Sidney Fernandes

PARTE 1

Deficiências, dores e problemas físicos são meios com que a Providência Divina cura as nossas almas. Eles nos fazem refletir sobre erros cometidos, a fim de que não os repitamos e para que assumamos nova postura perante a vida.

No entanto, muitas pessoas consideram-se privilegiadas e defendem a absurda ideia de que, se o sofrimento faz bem à alma humana, não se deve pôr termo às provas do próximo, pois isso representaria suposto desrespeito à vontade de Deus.

Esses desarvorados cruéis encontram-se com a verdade quando retornam mais uma vez ao continente da morte e sentem-se como turistas sem guia que chegam a um país pela primeira vez.

Semelhantes criaturas surpreendem-se ao chegar ao plano definitivo, pois contavam, levianos e inconsequentes, com um paraíso de graças para si, graças ao batismo simbólico ou a tardio arrependimento no leito de morte, e com um inferno sem término para os outros.

É certo que as provas devem seguir o curso traçado pelas leis divinas, pois o tempo cura e reconcilia. Conhecemos, por acaso esse curso? Sabemos até onde o sofrimento deve ir?

Existirá um momento, para nós desconhecido, em que a Providência dará um basta à dor e escolherá junto dos homens aqueles que servirão de bálsamos para fazer cicatrizar as chagas que a sua justiça abrira.

Temos sido esses instrumentos de boa vontade com os quais os dirigentes espirituais contam, para amenizar ou até suprimir as dores humanas?

Está ou passou da hora de arregaçar as mangas e estender os braços, a mente e a vontade em favor dos sofredores que nos circundam, cumprindo nosso indelegável compromisso com o bem.

– CONTINUA NA PARTE 2 –

Sidney Fernandes (1948@uol.com.br) nasceu em Bauru, em 1948. Gerente do Banco do Brasil e Empresário, hoje está aposentado e se dedica integralmente à veiculação do Espiritismo. Participou ativamente da Mocidade Espírita até integrar-se ao Centro Espírita Amor e Caridade de Bauru (SP). Escritor e orador profere palestras em várias cidades brasileiras.