Morte: Uma Nova Visão
- Colunas
- 31/03/2021
- 13 min
- 1.216
Sidney Fernandes
Experiências de quase morte
O médico americano Raymond Moody Jr. desenvolveu uma pesquisa séria e impressionante do fenômeno da sobrevivência à morte física. Ele conduziu um estudo envolvendo mais de uma centena de indivíduos que experimentaram a morte clínica e reviveram. Seus relatos fornecem uma prova incontestável da sobrevivência da alma.
Quando eu era garoto, tinha um medo terrível de morrer. Costumava acordar de noite chorando e tendo acessos. Minha mãe e meu pai corriam para o quarto para saber o que tinha acontecido. Agora já não tenho medo de morrer. É que sei para onde vou quando deixar isto aqui, porque já estive lá antes.
Relatos como este começam a aparecer cada vez mais, oriundos de pessoas que passaram pela morte clínica e voltaram contando experiências extraordinárias que vivenciaram. Esses depoimentos compuseram uma espécie de modelo, um composto de elementos comuns encontrados em muitas histórias dos seus entrevistados.
***
Um homem está morrendo e, quando chega ao ponto de maior aflição física, ouve seu médico declará-lo morto. Sente-se em movimento através de um túnel longo e escuro. Ouve ruídos estranhos, parecidos com zumbidos ou campainhas.
Vê o seu corpo físico a distância e tem consciência de que está fora dele. Assiste aos esforços médicos tentando trazê-lo de volta à vida. Observa, em seguida, que ainda tem um corpo, mas de natureza e capacidade diferente do seu corpo físico.
Outros vêm ao seu encontro e o ajudam. Vê de relance os espíritos de parentes e amigos que já morreram e aparece diante dele um caloroso espírito de uma espécie que nunca encontrou antes — um espírito de luz. Este ser pede-lhe, sem usar palavras, que reexamine sua vida, e o ajuda mostrando uma recapitulação panorâmica e instantânea dos principais acontecimentos de sua vida, como se fosse rápida troca de slides, em vertiginosa projeção.
Em algum ponto encontra-se perto de uma espécie de barreira ou fronteira, representando aparentemente o limite entre a vida terrena e a vida seguinte. Descobre que precisa voltar para a Terra, que o momento da sua morte ainda não chegou.
Espiritismo
A melhor maneira de se conhecer o mundo dos mortos foi perguntar aos espíritos, de quem Allan Kardec obteve definitivas respostas.
O que é a alma? É o espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório. Como se opera a separação da alma do corpo? Opera-se gradualmente, de acordo com as circunstâncias e segundo a natureza dos hábitos do indivíduo durante sua vida.
O recém-morto tem consciência da morte? Um grande número de espíritos, principalmente os que não se prepararam em vida para a morte, pode conservar a sensação de ainda estarem no corpo físico por algum tempo. Locomovem-se, ocupam-se e movimentam-se como se ainda estivessem no mundo.
Encontramos parentes depois da morte? Os que nos amam e nos precederam vêm nos receber e nos ajudam no desprendimento dos laços terrenos, quando partimos para o mundo espiritual. Pode ocorrer, entretanto, a privação desse contato, quando não o merecemos.
O Espiritismo desvendou definitivamente o véu que cobria a passagem da vida material para a espiritual, com milhões de manifestações dos espíritos dos mortos.
Conhecidas ou não, mas sempre identificadas, essas entidades voltaram e continuam se manifestando nos dias atuais, testemunhando como passaram para o lado de lá e como vivem, provando que se preocupam, torcem por nós e, na medida de nossas necessidades e merecimentos, nos protegem.
Trazem provas incontestáveis de que nascimento e morte são fenômenos naturais da vida e que não devem ser confundidos com desgraça ou castigo. Além da comprovação da imortalidade, o Espiritismo vem nos trazer, acima de tudo, o precioso alerta da principal finalidade da existência: a evolução espiritual.
Saibamos honrar a dádiva da vida!
Referências:
Vida depois da Vida, Raymond Moody Jr; Epístola aos Coríntios-I, Paulo; O que é o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, Allan Kardec; Educação para a morte, J. Herculano Pires.