O Céu (Nem Sempre) Pode Esperar
- Colunas
- 28/05/2022
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Sidney Fernandes
Joe, um jogador de futebol americano, morreu antes da hora. Ao envolver-se em acidente rodoviário, seu anjo da guarda, ainda inexperiente em sua função, o retirou do corpo, segundos antes do desastre, para que ele não sofresse o impacto. O protetor espiritual não contava com a destreza do atleta, que, com seus aguçados reflexos, se safaria do atropelamento. Inúteis foram as tentativas de recolocá-lo no corpo, que já havia sido cremado.
Este texto é parte da sinopse do divertido filme O céu pode esperar, dirigido por Warren Beatty e Buck Henry. Embora o relato ficcional esteja muito distante do que ensina a Doutrina Espírita, vale o tema para nossa reflexão
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Esses enganos não acontecem. Excetuados os casos de suicídio, direto ou indireto, em que o indivíduo morre antes da hora por descaso ou imprevidência, quando chega o momento do retorno à pátria espiritual ele é irreversível, mas pode contar com o suporte de equipes que vão ajudar no processo de desligamento.
Pode ocorrer, entretanto, que familiares e amigos, inconformados com a hipótese da morte, criem verdadeira teia de retenção, que retardará a partida do moribundo. Nesse caso, quando há mérito, equipes espirituais tomam as devidas providências, pois, não propriamente o céu, mas os planos espirituais não podem esperar.
Mentores promovem uma fictícia melhora na condição do doente, dando a impressão de que ele vai se recuperar. É a chamada melhora da morte.
A partir daí os que estavam promovendo a indevida retenção relaxam, dissolve-se a teia e o moribundo pode partir. Nesses casos, após a melhora artificial, ele pode até ter forças para tranquilizar seus entes queridos:
— Graças a Deus! Louvado seja Deus! Amigos, vão descansar. Estou bem e sei que o dia será de calma e reconforto.
Cansados, depois de noites de vigílias, parentes e amigos deixam o ente querido em repouso absoluto. Rompidos os laços da teia de retenção, é a hora de os especialistas da operação desencarne agirem.
Assistentes espirituais executam complexa operação, atribuída somente a entidades de alta envergadura: desatar os laços em que se localizam as forças físicas do moribundo.
No dia seguinte, parentes e amigos já mortos conduzem o espírito desencarnado a abrigo conveniente, localizado no plano espiritual.
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Como vimos, amigos leitores, bem diferente da arte ficcional, quando existem créditos suficientes e amigos espirituais, o processo de desligamento do corpo físico é suave e agradável e permite que o espírito desencarnante retorne à pátria espiritual sem mais delongas, pois, neste caso, como em muitos outros, o céu não pode esperar.
Referências: Sinopse do filme O Céu pode esperar, dirigido por Warren Beatty e Buck Henry; O Livro dos Espíritos, Allan Kardec; Obreiros da vida eterna, André Luiz.