O Mundo Precisa De Um Coração
- Colunas
- 02/02/2024
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Sidney Fernandes
Os interesses do progresso humano foram confiados inicialmente aos habitantes da Palestina, por sua concepção monoteísta, que representava um progresso diante das concepções politeístas que dominavam a humanidade. Entretanto, por se deixarem dominar pela ideia de povo escolhido, não aceitaram a mensagem cristã, que pregava a concórdia e a paz, pois esperavam um mensageiro divino de espada na mão para conduzi-los ao domínio das nações. Roma poderia ter sido a civilização ideal para favorecer o entendimento entre os povos. Os poderosos romanos, no entanto, empolgaram-se pelo poder e acabaram por exercer sistemática exploração, impondo o jugo da violência e do despotismo.
Desde a Palestina até a América, vemos o malogro dos esforços do plano espiritual para cuidar das coletividades terrestres, por não encontrar ressonância nos corações humanos. Muitas coletividades aderiram ao Cristo, elegendo-o como ideal de realização social. Infelizmente, limitaram-se a entronizá-lo em bases de culto exterior, sem cultivá-lo interiormente.
A notável obra Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho, de Humberto de Campos, psicografada por Francisco Cândido Xavier, seria mais do que suficiente para atestar a veracidade da missão grandiosa do nosso país. E se além dos autores espirituais pudéssemos contar com os testemunhos e análises de estudiosos, historiadores e sociólogos encarnados que, na antevisão de gloriosos vaticínios, prestassem o mesmo testemunho de Humberto de Campos, avalizado por Emmanuel e veiculado por Richard Simonetti, a respeito da vocação da fraternidade brasileira?
Quando muitos autores, que nunca se leram, nunca se conheceram, nunca se encontraram e nem se comunicaram fornecem as mesmas informações, estamos diante do que os historiadores chamam de múltipla confirmação. O estudo sério de Robert Southey, inglês, autor da primeira história geral do Brasil, e as cuidadosas pesquisas de Domenico de Masi, professor de sociologia em Roma, foram reafirmadas pelo antropólogo e sociólogo brasileiro Darcy Ribeiro, ao afirmar que a população originada no Brasil, desenvolveu uma menor força de colisão, uma menor impulsividade e, nas palavras de Wesley Caldeira, escritor e expositor espírita, uma menor tendência em ferir, comparativamente ao geral dos povos.
Parafraseando Allan Kardec, podemos afirmar, com segurança, que o princípio novo, ensinado espontaneamente em diversos pontos e com o mesmo fundo, demonstra a concordância entre as comunicações dos homens e do mundo invisível.
Atendamos ao vibrante chamamento de Richard Simonetti:
Não pensemos jamais no Brasil carisma, no Brasil potência, no Brasil cultura, no Brasil poder, no Brasil riqueza. Muito mais do que uma grande nação, sejamos um grande povo, cultivando não um novo sonho americano ou um simples sonho brasileiro, em termos de grandeza material e poder, mas, essencialmente, um sonho cristão, que se concretize na edificação de uma sociedade nova e inigualável, onde o Cristo seja realmente a pedra angular, a base, sustentando-nos com a força de seus exemplos e a sabedoria de suas lições. O mundo precisa de um coração… Que o Brasil seja esse coração, não por simples escolha do plano espiritual, não por mera questão de localização geográfica, mas, sobretudo, pelo nosso empenho em fazer dele a autêntica pátria do Evangelho, onde as lições de Jesus sejam vividas em plenitude.