Revendo A História Do Espiritismo

Sidney Fernandes

PARTE 3

Arthur Conan Doyle

Sherlock Holmes, o mais famoso detetive de todos os tempos, criado por Sir Conan Doyle, tornou-se tão grande que chegou a obscurecer seu criador. Ao contrário, quando se cita o livro A História do Espiritualismo, logo nos vem à mente o seu autor, Arthur Conan Doyle. Valendo-se de textos da tradutora pioneira de Allan Kardec para o inglês, Anna Blackwell, o escritor aproximou-se dos postulados do Espiritismo e passou a pesquisar o fenômeno mediúnico, utilizando-se da mesma competência e genialidade que aplicava na resolução dos mistérios de seu mais famoso personagem. Sua obra é um rico acervo de fatos que precederam a doutrina codificada por Allan Kardec e, de certa forma, prepararam o terreno para que os homens pudessem entender e aceitar seus postulados. Em Conan Doyle temos o contexto histórico que nos permite entender a magnitude da Revelação Espírita.

Como surgiu o livro A História do Espiritualismo

Inicialmente, a intenção do autor era ter uma clara visão dos episódios mais importantes do desenvolvimento espiritual mais recente da sua época. À falta de um historiador já integrado ao movimento Espírita, Doyle começa a pesquisar os fenômenos por ele considerados os mais importantes da história do mundo, desde o aparecimento de Cristo. Cita alguns autores que se aventuraram nessa tarefa e obras pioneiras, como Frank Podmore, a história do Espiritualismo de McCabe e a pesquisa de J. Arthur Hill, e rende suas homenagens à mulher e esplêndida propagandista Emma Hardinge Britten. Ao final de suas menções, destaca a obra do Reverendo Charles L. Tweedale e, finalmente, refere-se à obra de Campbell-Holms. Em nenhum desses trabalhos Doyle encontrou uma história sistemática do Espiritualismo, daí sua incursão nessa área.