Um Caso de Arrependimento
- Colunas
- 28/03/2022
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Em uma das sessões mediúnicas do Centro Espírita Francisco Cândido Xavier, de São José do Rio Preto, um Espírito se manifestou pela mediunidade de psicofonia relatando sua condição.
Disse sentir-se cansado e muito pesado, com muita dificuldade de movimentar-se. Percebia-se também uma falta acentuada de ânimo.
Questionado se tinha noção da causa de sua atual condição, disse que sim, e que a sua situação era decorrente do tipo de vida que experimentara em sua última encarnação. Voltado para a materialidade, tinha como premissa básica tirar proveito de tudo o que a vida física possa permitir ao sensório corporal, com pouca atenção aos valores do espírito imortal.
A conversa com o dialogador se estendeu um pouco mais, dando-nos uma oportunidade de reflexão.
A presença dele atestava que o socorro espiritual chegara, provavelmente em decorrência do “cair em si” após o desencarne, com a presença do arrependimento sincero.
Há mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos, que não tem necessidade de arrependimento, disse Nosso Senhor Jesus Cristo (1), mostrando-nos que o céu espera a decisão pessoal e trabalha pelo arrependimento da criatura humana, se alegrando quando este ocorre, porque essa é a condição necessária ao resgate do “pecador”.
A respeito do arrependimento os Espíritos Superiores responsáveis pela Codificação Espírita nos esclarecem, entre outras coisas, que (2):
– Se dá “Na vida espiritual; mas também pode ocorrer na física, quando chegais a compreender a diferença entre o bem e o mal.
– Tem como consequência “O desejo de uma nova encarnação para se purificar. O Espírito compreende as imperfeições que o impedem de ser feliz e por isso anseia por uma nova existência em que poderá reparar suas faltas”.
– Se não reconheceu suas faltas na vida corporal, na vida espiritual “sempre as reconhece, e então sofre mais, porque sente todo o mal que fez ou de que foi causa voluntária. Entretanto, o arrependimento nem sempre é imediato. Há Espíritos que teimam nas inclinações negativas, apesar dos seus sofrimentos; mas, cedo ou tarde, reconhecerão o caminho falso, e o arrependimento virá. É para esclarecê-los que trabalham os bons Espíritos, e vós também podeis trabalhar nesse sentido”.
– “A reparação ocorre durante a vida física pelas provas a que o Espírito é submetido, e na vida espiritual pelos sofrimentos morais ligados à inferioridade do Espírito”.
“Toda queda moral nos seres responsáveis opera certa lesão no hemisfério psicossomático ou perispírito”, ensina o Benfeitor André Luiz (4), e como a queda moral é assinalada pela consciência, pois que é onde está escrita a Lei de Deus (3), o estado mental correspondente sempre será refletido no corpo perispiritual, daí a sensação de peso e cansaço experimentados pelo nosso irmão da sessão mediúnica.
Tanto ele quanto nós tivemos, com a oportunidade do intercâmbio mediúnico, condições de dilatar um pouco mais o entendimento das Leis que regem nossas vidas, através do conhecimento da verdade. Aquela, que o Senhor Jesus anunciou como sendo a portadora de nossa liberdade (5).
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro
Referências:
(1) Lucas 15:7;
(2) O Livro dos Espíritos, questões 990 a 1002;
(3) O Livro dos Espíritos, questões 621;
(4) Evolução em Dois Mundos, André Luiz e Francisco C. Xavier, cap. 35;
(5) João 8:32.
Obs.: Negritos são do autor do ensaio.