Matemática Divina
- Colunas
- 12/05/2023
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Sidney Fernandes
PARTE 7
O que não pode ser mudado
Há situações em nossa vida que não podem ser modificadas e dores que devem ser suportadas até o fim: a morte de um filho, a amputação de um membro, a doença incurável, a limitação física congênita… Representam castigo de Deus? De modo algum! Protetores espirituais, lídimos representantes do Criador, sentem-se desconfortáveis diante do sofrimento humano, principalmente os de caráter moral.
Provas e expiações a que estamos sujeitos decorrem de comportamento comprometedor de passado recente ou remoto. São débitos cuja cobrança marcamos para a presente vida. Inadmissível ficarmos aborrecidos quando nos cobram dívida na data que marcamos para o resgate.
Nossa vida poderia ser bem melhor sem tantas dificuldades. Por que elas ocorrem? Ocorrem simplesmente porque ainda estamos muito mais próximos da animalidade do que da angelitude. Lamentavelmente, ainda somos orientados mais pelo egoísmo, do que pelo altruísmo.
Em tempos primitivos, a sobrevivência do homem dependia de si mesmo. Esse impulso egoístico o ajudou a transpor o pântano da inconsciência, em direção à planície da razão, como se fosse improvisada embarcação salvadora. Agora na planície da razão, devemos abandonar o velho barco salvador do egoísmo, que ainda levamos nos ombros, e passar a caminhar com os pés direcionados para o bem, motivados pela empatia e pela solidariedade. Este é o momento de nos lembrarmos da sabedoria de São Francisco de Assis, quando afirmou, em oração:
Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado…
Resignação para aceitar o que não pode ser mudado…
E sabedoria para distinguir uma coisa da outra.
Há algo mais difícil do que sentir-se impotente diante de algo que não pode ser mudado? Sim, existe! A inconformação diante de males cármicos inamovíveis, que fazem parte de quadro expiatório, multiplica nossos padecimentos, como se fosse ferida tratada por remédio corrosivo. A inconformação facilmente evolui para a revolta e para o desespero. O que fazer diante desse verdadeiro beco sem saída?
Buscar o tratamento da medicina humana, confiar em Deus e nos espíritos protetores que querem o nosso bem. Mesmo diante das dores que deverão ser suportadas até o fim, a prece jamais é inútil, porque fortalece aquele que ora. O Espiritismo é o tranquilizante de nossas almas, que nos mostra que há razões suficientes para justificar as situações que permeiam nossas vidas.
Alimentemos a certeza de que, aceitando a vontade de Deus e procurando fazer o melhor, estaremos readquirindo a capacidade de ser felizes, mesmo nos momentos mais difíceis da vida.
CONTINUA NA PARTE 8