Um Médico no Além
- Colunas
- 04/02/2021
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Sidney Fernandes – 1948@uol.com.br
O médico Arnaldo sempre supôs que, com a morte do corpo, nada mais teria que fazer do que cantar beatificamente no céu ou ranger dentes no inferno. A situação que encontrou, no entanto, foi diametralmente diversa. Cedo descobriu que simplesmente mudara de residência e levara, consigo, indisposições, doenças, bem como os processos de investigação e de cura.
Padre Bernardo havia lhe prometido a convivência com os anjos e garantido que seria levado em triunfo aos pés do Senhor, simplesmente porque havia sido generoso doador da antiga paróquia que frequentava. Assim que passou pelo portão do sepulcro e não encontrou a corte dos santos, concluiu que o serviço diplomático de sua igreja não fora bem atendido no céu.
Arnaldo peregrinou por muito tempo entre a aflição e a demência que trouxera do mundo físico. Gastou anos para voltar ao equilíbrio, condição indispensável para compreender o auxílio e recebê-lo.
Na qualidade de médico da Terra, suas obrigações se resumiam ao exame das enfermidades, com tratamento clínico ou cirúrgico. Na espiritualidade, sua atividade passou a ser bem diferente. Não lhe bastava agora limitar-se ao diagnóstico preciso, como fazia antigamente.
Coube-lhe incutir, em seus assistidos, ideias reformadoras e construtivas, para elevação de seus padrões íntimos. Aplicava recursos magnéticos em todos os necessitados, a fim de reanimar a organização geral, com os elementos de cura disponíveis na espiritualidade, sempre proporcionais aos méritos de cada um.
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Poderíamos afirmar que na atualidade a medicina terrena começa a cogitar a metodologia terapêutica aprendida e aplicada pelo médico Arnaldo aos seus pacientes da espiritualidade?
Nos tempos atuais, diferentes da época vivida por Arnaldo, médicos começam a detectar necessidades espirituais em seus pacientes e passam a considerá-las capazes de aumentar as suas chances de sucesso, no processo da cura.
Universidades americanas já inserem a espiritualidade em seus currículos. Além de treinar médicos e equipes de saúde a lidarem com a espiritualidade de seus pacientes, a disciplina aborda os inúmeros estudos científicos que mostram os efeitos benéficos da prática religiosa e da espiritualidade na saúde.
Finalizemos com as palavras da jornalista Cristina Almeida, colaboradora do aplicativo Viva Bem:
Atitudes negativas como a falta de perdão, rancor, ressentimento, desejo de vingança e egoísmo precisam ser cunhadas de enfermidades morais. É aqui que entra a espiritualidade — um aspecto dinâmico de todas as pessoas que influencia a vida de relacionamento por meio de sentimentos, enfrentamento, propósito e atitudes.
Fontes: Obreiros da Vida Eterna, André Luiz; As Mil Faces da Realidade Espiritual, Hermínio C. Miranda; Espiritualidade e Saúde, artigo de Cristina Almeida.