O que Herodes quer Saber?
- Colunas
- 21/04/2024
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“E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém; então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer.”[¹]
Durante dois mil anos a comunidade cristã comenta o nascimento de Jesus, o Cristo. Encarado por uns como episódio místico, por ?outros como fato alegórico, por ?muitos como lenda, por ?uma grande parcela como o maior acontecimento de toda a história da Terra. Muitos estudiosos dedicam parte das suas existências tentando encontrar provas científicas que atestem uma possível fraude histórica a respeito do nascimento do Cristo.
Porém, a Humanidade prossegue altiva, mergulhada nas pesquisas científicas, históricas, geográficas, arqueológicas sem se darem conta da grandiosa transformação real e marcante que a presença física e espiritual d’Ele causou e ?ainda ?causa entre nós.
Onde haveria de nascer o Cristo? Quer saber Herodes. A dúvida, nimbada de medo, era talvez sustentada pela insegurança e neurose de um soberano que temia a perda do trono para um legítimo descendente real.
A palavra Jesus provém do termo “Yeshua”( forma alternativa de Yehoshua) significando “salvar” e é considerada , ainda, uma forma reduzida ,pós-exílio babilônico, do nome de Josué que significa “Deus’ (YHWH) salva”, lembrando aqui que há o termo grego Iesous correspondente ao Yeshua hebraico. Já o termo grego “Cristo” é correspondente a “ungido” em hebraico, assim sendo, aplicada a Jesus ganha o sentido de o Esperado ou o Enviado de Deus.
Onde haveria de nascer o Cristo? Quer saber Herodes.Onde esperar a Salvação ?
O nascimento de Jesus estabelecera uma nova era, constituíra novas perspectivas, magnas esperanças, intensas alegrias. Com Ele esperançosos recomeços, auspiciosas possibilidades, sublimes amanheceres.
Mais onde haveria de nascer o Cristo?
“…Porque não havia lugar para Eles na hospedaria.”[²]
Nossos hotéis, hospedagens, estalagens, hospedarias e pensões estão lotados. Não há lugar para Ele nascer! Mergulhados nos problemas do ser, do destino e da dor esquecemos de vislumbrar a possibilidade do nascimento do Cristo em nós.
Para ser a nossa Salvação Ele tem que ser vivido por nós. Temos que hospedá-Lo no coração. Não importa qual a pousada, se uma choupana, se um palácio, ou se numa simples manjedoura.O que vale é abrigá-lo. Imperioso refletir que esses locais são estados vibratórios da alma e não espaços físicos.
A Doutrina Espírita no seu tríplice aspecto: Ciência, Filosofia e Religião nos ensina a compreender o verdadeiro sentido do nascimento de Jesus, pois com a Ciência Espírita dilatamos nossos sentidos, com a Filosofia Espírita aprendemos a dialogar e a aprofundar nosso raciocínio e com a religiosidade oferecida pelo seu conteúdo moral verticalizamos nossos sentimentos e compreendemos a preciosidade da fé raciocinada, meditada, sentida e vivida.
Onde haveria de nascer o Cristo? Quer saber Herodes.
Negamos o nascimento do Cristo quando somos indiferentes à dor do próximo, quando paralisamos nossas ações no bem, quando mutilamos nossos gestos de fraternidade ou quando amputamos nossas realizações solidárias.
Negar o nascimento do Cristo é negar o nosso retorno à casa do Pai.
“E Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação”.[³]
Possamos todos nós passar pela vida e dizer tal qual o velho Simeão, em Jerusalém, que não passaria pela morte antes de ver o excelso Senhor.
Referências bibliográficas:
(1) (Mateus 2:1-4)
(2) (Lucas 2:7).
(3) (Lucas 2:27-30)