Qual é a SUA responsabilidade na desordem da qual você se Queixa?

Têm pessoas que criam suas próprias tempestades e depois lamentam quando chove.

Eis uma dura realidade! Muitas vezes concentram tanta preocupação sobre o problema criado que fazem da vida um inferno.

Mas não param por aí. Transformam a vida dos outros num inferno também, porque – é fato! – poucas são as pessoas que sofrem sem atormentar a vida de outra pessoa.

Esse comportamento comprova perfeitamente o famoso ditado “fazer tempestade num copo d’água”.

Quase sempre se tornam pessoas pessimistas que reclamam de tudo. Nada está bom, tudo é sofrimento.

Entretanto, a felicidade é condição interior. O mundo exterior reflete, invariavelmente, o que sentimos dentro de nós.

Se não estivermos bem interiormente, iremos atribuir a culpa, com muita frequência, à outra pessoa ou situação, que então seria a causadora de tudo.

Afinal de contas, é necessário encontrar um bode expiatório.

No atendimento fraterno conversamos com muitas pessoas que estão em sofrimento e o depoimento muito frequente é reclamação com relação ao cônjuge, filhos, pai e mãe, colegas de trabalho. A culpa é sempre dos outros.

Certo dia uma senhora me disse que iria mudar-se para São Paulo e abandonar tudo.

– O que você vai levar para São Paulo, perguntei.

– A mudança, é claro – respondeu.

-O que mais?

– Eu mesma, concluiu.

Pra onde formos, se não estivermos bem, continuaremos com os mesmos problemas.

Quando voltaremos nosso olhar para dentro de nós, procurando identificar a raiz de nossos sentimentos destrutivos?

Pelas postagens nas redes sociais identifico facilmente os amigos que estão numa fase ruim. Ligo e pergunto: – Você não está bem, né amigo (a)?

E a resposta é: – Como é que você ficou sabendo?

– Pelas suas postagens cheias de raiva e ódio, alfinetando e dando indiretas, respondo.

“Qual é a SUA responsabilidade na desordem da qual você se queixa?”

Conquanto os Espíritos insistam em nos alertar sobre essa realidade, a tendência é projetarmos nossa insatisfação nos outros ou nas circunstâncias da vida, escolhendo um ou mais culpados pela nossa desdita.

Vejamos a resposta da questão 133-a de “O Livro dos Espíritos”:

“as aflições da vida são muitas vezes a consequência da imperfeição do Espírito.

Quanto menos imperfeições, tanto menos tormentos.

Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.”

Poucas pessoas têm o hábito de fazer uma autoanálise sincera, que implica em reconhecer os próprios erros sem encontrar uma desculpa. Muito mais fácil seria encerrar o problema sem inventar um culpado, pois isso só aumenta o problema pois irá envolver outras pessoas e desviar o foco daquilo que é mais urgente: a nossa mudança!

Esse comportamento é fruto do nosso orgulho. Imaginamos que reconhecer nosso erro abertamente poderá nos diminuir, demonstrar incapacidade, desvendar nossos defeitos.

Pelo contrário, meus amigos, reconhecer o próprio erro é sinal de superioridade, de grandeza, de maturidade.

Demonstra que estamos em crescimento e que entre acertos e erros vamos aprendendo; que somos transparentes, autênticos, honestos e que não nos importamos muito com a opinião dos outros a nosso respeito. Essa postura liberta!!!!!

Preocupar-se com o julgamento dos outros é escravizar-se, viver infeliz, porque cada um pensa de uma maneira e jamais vamos agradar a todos.

Afinal de contas, o que é mais importante: estar em paz ou estar certo?

Fernando Rossit

Fonte:

– O Livro dos Espíritos, q 133