Esqueça-Me!
- Colunas
- 28/07/2020
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Sidney Fernandes – 1948@uol.com.br
Acreditaria o caro leitor se eu lhe dissesse que, em 1931, Emmanuel teria recomendado a Chico Xavier que dele se afastasse e o esquecesse? Isso realmente aconteceu?
Antes de elucidar devidamente esse assunto, atentemos para esta definição de Allan Kardec sobre fundamental tema da Doutrina Espírita, que consubstancia importante texto da moral de Jesus: O Homem de Bem.
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Na questão 918, de O Livro dos Espíritos, o conceito do homem de bem é assim assentado em três pilares da moralidade humana: justiça, amor e caridade.
Tendo como guia a sua consciência, o homem de bem indagará se guardou respeito às leis humanas, se evitou todo mal, praticou todo bem ao seu alcance e se fez ao semelhante somente o que gostaria que lhe fizessem. Teria que confirmar para si mesmo se tem sido útil e não tem dado motivo de queixa de outras pessoas.
Já está plenamente convicto de que, mesmo sem recordar por que sofre, está colhendo o fruto de sua semeadura? Submete-se efetivamente à vontade de Deus sem blasfêmias e murmúrios? O bem começa a brotar naturalmente de seu coração?
Diante desse resumido conceito do autêntico cristão, já podemos nos considerar homens de bem?
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O que afinal têm a ver estas importantes contribuições filosóficas de Allan Kardec com a chamada inicial deste texto? Vejamos o que ocorreu com Chico Xavier, em 1931, quando recebeu novamente a visita de seu mentor espiritual, desta vez para lhe ministrar sua segunda orientação.
A primeira – recordemos- foi para lhe recomendar disciplina, disciplina e disciplina, no exercício da mediunidade.
Chico estava descansando nos fundos da fábrica de tecidos em que trabalhava, perto de um belo e calmo canal de água, quando Emmanuel assim lhe falou:
Se algum dia eu lhe disser algo diferente do que disseram Jesus e Kardec, fique com eles e me esqueça.
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Em quase setenta anos de convivência com Chico, seu guia espiritual jamais afastou-se do Cristo e de Allan Kardec. Ao contrário, tornou-se o maior intérprete de ambos, concitando o homem de bem a persistir e a honrar seus ensinamentos.
Guardou estrita fidelidade aos princípios fundamentais das divinas revelações do amor e da razão.
E nós, aproximamo-nos do conceito de homens de bem?
Podemos afirmar que já conseguimos não mais nos afastar do Cristo e de Allan Kardec?
Fontes consultadas: Religião dos Espíritos, de Emmanuel; No Mundo de Chico Xavier, de Elias Barbosa; e O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.