A Vida vale a pena – a Violência não
- Colunas
- 14/03/2022
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Para a pessoa que acredita em Deus pelos conceitos do cristianismo, o delito contra a vida própria ou de outrem, é igualmente crime contra as leis divinas e deve ser evitado – “não matarás”!
Sabemos que, conforme o censo 2010 do IBGE, no Brasil existem 86,6% de cristãos, o que faz presumir que 86,6% das pessoas cristãs também rejeitam o crime de morte – assassínio – e o suicídio. Será mesmo?
Segundo a Doutrina Espírita, tirar a vida é interromper a expiação ou missão dessa pessoa, sendo este um grande mal, pois cada um tem objetivos existenciais a cumprir que serão descontinuados ao se justiçar outrem por suas próprias mãos, ou eliminar a si mesmo.
Deus é justo e conhece todas as coisas, sabe a intenção recôndita de cada ato humano, pesando no julgamento da culpabilidade mais a intenção que a ação. Significa que não é apenas o ato que importa, havendo culpados aos olhos de Deus que são inocentes para os homens e vice-versa. E é importante lembrar que a lei de Deus é espiritual, as leis dos homens são materiais, uma não derroga a outra.
O homem é culpado quando comete crime contra outra pessoa e ,a não ser em caso de legítima defesa, não se justifica que ele viole o direito à existência de ninguém. Ainda assim, é imperativo que, sendo possível preservar a própria vida sem atentar contra a de quem agride, é o que se deve fazer.
Se em situação como a mencionada, de legítima defesa, é absolvido espiritualmente aquele que se defendeu, em outras situações não ocorrerá igual. Quanto menos se é constrangido pela força, mais responsável será o homem, especialmente quando agir com crueldade na realização de seus atos.
Também o suicídio deve ser rejeitado, o valor da vida independe de quem a pessoa é. Todas as experiências carnais geram aprendizado, entendimento, alteração de conduta e, ainda que inaplicado por imaturidade ou rebeldia, o que foi aprendido será utilizado um dia.
Para o Espiritismo a existência é oportunidade importantíssima que não deve ser desperdiçada. Vivendo um dia de cada vez, superaremos uma vida inteira sem precisar matar nem nos matar. Não quer dizer que seja simples ou fácil, mas que nosso esforço em prol da vida e da paz não será desvalorizado: todo vitorioso passou antes pelos sacrifícios pessoais que o transformaram na pessoa que venceu.
Vania Mugnato de Vasconcelos