Comportamento e Responsabilidade
- Colunas
- 02/12/2018
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Desde o mito da Criação, no Velho Testamento, temos a indicação da existência do mecanismo de Ação e Reação vinculado às atitudes humanas.
A ação de Eva, contrariando a ordem Divina – e aqui se entenda como sendo a Lei de Deus – é seguida de consequências nefastas para ela e para Adão, e o mesmo se dá com seus filhos, no episódio em que Caim tira a vida de Abel.
Nossos comportamentos geram reações correspondentes ao prejuízo ou benefício causados, conforme atesta o Senhor Jesus, quando disse que se dará “a cada um segundo as suas obras”, e isso não mais é segredo para ninguém.
Ao experimentarmos as consequências do que fazemos, temos condições de sedimentarmos em nós o que é bom, o que é útil, porque estará de acordo com a Lei Divina, que é de Amor, tanto quanto temos condições de sentir o amargor das ações infelizes, que acabam por nos fazer entender o que devemos evitar e como devemos agir.
Poderíamos dizer, em raciocínio simples, que são de dois tipos as consequências daquilo que fazemos: o primeiro é quando o prejuízo é pessoal, e o segundo quando o prejuízo é causado a terceiros.
Mas, não é bem assim. Como vivemos em sociedade, todo e qualquer prejuízo a nossa pessoa decorrente de reações às nossas ações, acaba por alcançar pessoas que dividem seus projetos reencarnatórios conosco. Ao experimentarmos situações difíceis, sofrimentos físicos ou emocionais, acabamos por causar algum transtorno em suas vidas.
O nosso comportamento sempre tem a ver com a vida alheia, e sempre seremos responsabilizados por isso.
Ocorre, no entanto, que o egoísmo e o orgulho que existem em nós, acabam por obscurecer-nos o raciocínio moral, e não levamos em conta o quanto afetamos as pessoas.
Chegamos mesmo a dizer “que os incomodados é que se mudem”, “se não me quer tem quem quer”, “ninguém tem nada com isso”, e por aí se vai.
Poder-se-ia argumentar que se alguém sofre pelo nosso jeito de agir é porque precisa passar pelo que geramos com nossas atitudes, mas não é bem assim.
Nomeando essas situações de “escândalo”, Jesus disse que são necessárias na vida das pessoas, mas ai daquele que fosse o gerador do mal estar. É que todo constrangimento, todo prejuízo e toda dor causados, diretamente ou não, contrariam a Lei de Amor e, por isso, causam sofrimento aos que os praticam.
A nossa educação moral, portanto, faz-se necessária e com urgência, para nosso próprio benefício. A ela nos conduz a Doutrina Espírita, ao apresentar-nos a realidade maior na qual estamos inseridos, como funciona a dinâmica da vida em toda a sua operacionalidade, acabando por demonstrar que a felicidade que almejamos está, justamente, a cargo de nossas próprias mãos.
Segundo o eminente e influente psicólogo e educador Howard Gardner, e de acordo com as modernas premissas para uma educação consoante ao século vinte e um, para as relações sociais a educação reclama, entre outras coisas, dois comportamentos pessoais: o Respeitoso e o Ético. O primeiro trata do respeito que devemos dedicar às pessoas, aceitando-as como são, sem as prejudicar, e o segundo reclama o exemplo pessoal que se deve dar na vida de relação.
Nada mais do que ensinam Nosso Senhor Jesus Cristo e a Doutrina Espírita.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro